A escalada dos preços de carros zero km no Brasil nos últimos anos fez os modelos de entrada se aproximarem da casa dos R$ 50 mil.
E quem acha que está caro demais, saiba que a situação tende a piorar. É o que revela um estudo feito pela IHS Markit e divulgado no ABPLAN 2020 - Workshop Planejamento Automotivo, realizado recentemente em São Paulo.
Segundo os dados da empresa, o preço médio dos veículos no mercado brasileiro subirá nos próximos anos, atingido R$ 85 mil daqui três anos, ou R$ 10 mil a mais que a média atual.
Entre 2013 e 2018 os valores dos automóveis no país cresceram perto de 20% acima da inflação, revela a IHS Markit.
O consultor da empresa, Roberto Barros, explica que essa elevação é decorrente de vários fatores. Ele cita o aumento na procura por carros com câmbio automático, a obrigatoriedade de mais equipamentos de segurança, como freios ABS e airbags frontais, e o fim dos incentivos fiscais.
O sucesso dos utilitários esportivos no mercado nacional também contribuiu para este aumento. São modelos com custo de produção superior ao de hatches e sedãs, o que impacta no preço final.
Mas se a percepção é de que os preços não param de subir, pelo menos nos últimos 15 meses os reajustes foram menores, acompanhado "apenas" a inflação. Cenário que deve se repetir em 2020 e 2021, de acordo com a IHS.
Um dos motivos é a ociosidade das fábricas, que chegou a 54% de média no auge da crise econômica. O porcentual é bem abaixo dos 67% estimado como ideal pela IHS para que as empresas não se vejam obrigadas a repassar custos para o cliente final, explica Barros.
Essa média já está em 60%, o que justifica a margem menor na alteração do preço médio comparado a anos interiores. Só que a variação mínima nos valores deve ser afetada pelo Rota 2030, regime automotivo que entrou em vigor neste ano e exige que os veículos fiquem mais eficientes e seguros.
Já a partir de 2020 todos os automóveis novos deverão sair de fábrica com cinto de três pontos e encosto de cabeça para todos os bancos, Isofix (sistema de retenção de cadeirinhas infantis), controle de estabilidade e luz diurna de circulação.
Ou seja, parte dos custos de implantação dos itens serão "pagos" pelo consumidor.
Quantos salários mínimos?
A empresa de consultoria também apresentou no evento ocorrido no dia 19 de agosto, em São Paulo, e promovido pelo site Automotive Business, o cálculo de quanto meses de salário o brasileiro precisa guardar para comprar um veículo zero km.
São necessários 145 meses de salário mínimo (ou 12 anos) para bancar a aquisição de um carro médio. O levantamento foi feito em outros países para efeito de comparação e só o México tem uma exigência mais longa que a do Brasil: 190 meses.
Até na Argentina, que atravessa uma profunda crise econômica, são três meses a menos (142) para levar um veículo zero km para a casa. A IHS citou ainda os Estados Unidos (15 meses), Japão (24 meses), França (25 meses) e Espanha (35 meses).
Fonte: Automotive Business
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