Três dias depois do Natal do ano passado, a advogada Bruna Vian Fetz, 23 anos, tomou um susto quando atendeu a um telefonema informando que havia vencido o sorteio do ParkShoppingBarigüi. Bruna, que vive em Videira (SC), cidade a 334 km de Curitiba, não achou que se tratava de um trote, mas pensou que seria um pequeno prêmio, como um creme, e não uma BMW 320i, avaliada em R$ 125 mil na época. "Eu nem tinha feito compras no shopping. Quem fez foi meu namorado", conta.
No ano passado, 164 mil cupons de R$ 450 foram colocados na urna do shopping, cinco deles eram da Bruna. A advogada conta que o namorado comprou um presente na Victor Hugo e preencheu os cupons no nome dela. "Realmente eu fiquei muito surpresa quando soube do carro", conta. "Vendi uma semana depois", revela. O dinheiro do importado, que nem chegou a ser usado, foi aplicado na reforma da casa.
A sorte foi ainda maior para Elisabeth Regina Lebbink Baldrati, que, com apenas um cupom de R$ 400, faturou um Audi A1 no ano passado. "Não acreditei. Achei que fosse mentira", relata ela, que é empresária em Carambeí, na região dos Campos Gerias. Assim como Bruna, ela não usou o carro. "Vendi e paguei dívidas", confessa. Depois do prêmio, Elisabeth não vai deixar de apostar. "Já coloquei uns cupons no ParkShoppingBarigüi", diz.
Fidelização e liquidez
As promoções de Natal esquentam o final de ano nos shoppings curitibanos. Ao todo, são nove centros comerciais com alguma promoção envolvendo automóveis. Para os lojistas, os sorteios atraem e fidelizam consumidores na reta final do feriado mais importante para o comércio brasileiro.
De acordo com Sílvia Pires, gerente de Marketing do ParkShoppingBarigüi, as promoções servem justamente para aumentar o fluxo de pessoas e alavancar as vendas em determinados períodos do ano. "Não há como negar que essas ações interferem na decisão do consumidor. Quem é que não gostaria de ganhar alguma coisa. Todos gostam de lidar com a sorte", explica. Neste ano, o centro comercial do Ecoville vai sortear dois automóveis BMW 320i
A escolha pelo produto automóvel é proposital. Segundo Sílvia, ele tem uma liquidez maior em relação a outros bens de consumo. "É mais fácil de vender um carro que um apartamento, por exemplo. E muitos vencedores não chegam nem a usar o veículo, vendem logo que ganham", observa.
Fundo de promoção
Os automóveis dos shoppings são comprados com o dinheiro do Fundo de Promoção, que é pago todos os meses pelos comerciantes e, normalmente, gerido pelos departamentos de marketing. O valor pago pelo cliente para participar dos sorteios é definido com base no valor médio das vendas de um determinado estabelecimento comercial.
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