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Takeuchi deixa a presidência, mas continua fazendo parte do conselho consultivo da Abraciclo | Divulgação
Takeuchi deixa a presidência, mas continua fazendo parte do conselho consultivo da Abraciclo| Foto: Divulgação

Sucessão

Novo presidente é da Yamaha

Para a presidência da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), no período de 2010 a 2012, foi eleito Jaime Teruo Matsui, da Yamaha. A eleição foi realizada no fim de abril.

"A Abraciclo vem assumindo representatividade cada vez maior no cenário nacional, destacadamente como agente do segmento de transporte individual. Nossa gestão será no sentido de estimular esse fortalecimento de imagem da entidade, além de continuar representando, da melhor forma possível, os interesses do setor duas rodas", afirma Matsui, dizendo que o segmento vem mostrando leve recuperação, após grande queda na produção e vendas no período da crise econômica mundial.

  • Matsui fica de 2010 a 2012

Quando, em 2004, o paulistano Paulo Shuiti Takeuchi assumiu a presidência da Associação Bra­si­­leira dos Fabricantes de Motocicle­tas, Ciclomotores, Motonetas, Bici­cletas e Similares (Abraciclo), o se­­tor produzia pouco mais de um milhão de motos por ano. Ao longo de seus três mandatos bienais a frente da mais representativa entidade do setor – que reúne os grandes fabricantes como Honda e Yamaha, entre outros – o mercado chegou a produzir o dobro: em 2008 foram fabricadas 2.325.436 unidades.

Não fosse pela crise financeira que explodiu em setembro de 2008 e dificultou o financiamento de motocicletas, esse número po­­deria até ser maior. Mas em 2009, o mercado retraiu e produziu "apenas" 1.539.473 motocicletas. Po­­rém, para este ano a previsão é que o setor de duas rodas volte a crescer e atinja 1.850.000 unidades.

Depois de seis anos, Takeuchi, também diretor de Relações Ins­­titucionais da Moto Honda da Ama­­zônia, deixa o cargo agora em maio, mas não sai da entidade: continua fazendo parte do conselho consultivo da Abraciclo.

Antes de deixar o cargo, Paulo Takeuchi, 53 anos, engenheiro mecânico de formação, fez um balanço da atuação da Abraciclo durante os últimos seis anos. Con­­fira a entrevista feita por e-mail.

Quais foram os principais desafios que o senhor enfrentou co­­mo presidente da Abraciclo?

Como associação do setor, buscamos a consolidação de uma política industrial para o setor de motocicletas através do Processo Produ­­tivo Básico – PPB e outras ações junto aos governos federal, estadual e municipal. Além disso, procuramos melhorar a imagem da motocicleta por meio de ações de segurança, participação na elaboração de uma legislação compatível com o produto, realização de cam­­panhas educacionais e im­­plan­­tação do Moto Check-Up. Du­­rante esse período, outro de nossos objetivos foi criar uma harmonização com a entrada de novas indústrias e aumento no quadro de associados da Abraciclo, fazendo com que o setor tivesse maior representatividade. Mais recentemente, enfrentamos e administramos con­­tratempos oriundos da crise financeira que atingiu o país, buscando acordos e alternativas que pudessem minimizar esses efeitos no setor como um todo.

Nesse período como presidente da entidade, quais foram as principais conquistas para o setor de duas rodas na sua visão?

Entre as principais conquistas es­­tão a consolidação de uma política industrial através de um PPB mais efetivo. Pudemos participar na elaboração de nova regra de habilitação de motociclistas, e também na legislação específica sobre regulamentação da profissão de moto fretista. Implantamos o Promot 3 – terceira fase do Programa de controle de emissões de poluentes por motocicletas. Nossa atuação fez com que a Abraciclo fosse considerada referência, passando a par­­ticipar de discussões sobre o setor, e também fosse reconhecida como elemento ativo nas questões de segurança.

Em que frente o senhor avalia que a Abraciclo precisa ser mais atuante daqui pra frente?

Na busca de maior competitividade do setor para fazer frente aos produtos importados e buscar mais competitividade nas questões de exportação de produtos bra­­sileiros, além de dar continuidade aos trabalhos e ações visando a melhoria na segurança do trânsito.

Nos últimos anos, o setor de duas rodas tem crescido bastante (ex­­ceção feita ao ano passado). Esse crescimento exponencial que o setor experimentou nos últimos dez anos trouxe novos desafios e preocupações para todo o mercado de motocicletas. Quais são eles?

Aprimorar a legislação no que diz respeito às motocicletas – tanto na parte de circulação como na parte técnica –, buscar alternativas para melhorar o nível de financiamento dos produtos, buscar uma conscientização maior dos usuários das motocicletas e dos motoristas para conseguir um trânsito mais harmônico entre todos os usuários das vias públicas e levar, a todos os níveis, as reais necessidades dos motociclistas e da indústria de motocicletas como um todo.

O senhor acredita que o Brasil pode chegar a comercializar 8 milhões de motos por ano em 2020, como preveem alguns economistas e estudiosos baseados no perfil sócio econômico do nosso país?

Acreditamos que o potencial do mercado brasileiro para 2020 deva ser da ordem de 4 milhões de motocicletas por ano.

Há ainda no Brasil uma imagem ruim da motocicleta como um veículo perigoso – imagem até certo ponto merecida, em função do grande número de acidentes com motocicletas. O que a Abra­­ciclo tem feito e planeja fazer para reduzir o número de acidentes com motos?

Conforme mencionamos anteriormente, desenvolvemos campanhas, ações e planos direcionados aos motociclistas e motoristas como um todo, visando o respeito mútuo entre todos os usuários das vias – sejam eles motorizados ou não. A entidade pretende continuar apoiando o governo na elaboração de normas e leis que direcionem os usuários de motocicletas para o caminho da segurança, dar continuidade às ações de conscientização como moto check-up, pilotagem segura, entre outros.

Qual conselho daria para o fu­­turo presidente da Abra­ciclo, Jaime Teruo Matsui?

Dar continuidade aos trabalhos em andamento e estar atento a novas situações que possam sur­­gir, buscando sempre o aprimoramento de tudo o que diz respeito ao setor de motocicletas.

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