Dicas
Aumente a segurança dos pequenos
Cadeirinha
É importante usar cadeiras certificadas que sejam apropriadas ao tamanho e ao peso da criança e que se adaptem devidamente ao veículo. É importante instalá-la de acordo com as instruções do manual, pois a maioria das cadeiras e assentos de segurança é fixada de forma incorreta.
Certificação
Os modelos americanos certificados têm etiquetas nas quais se lê: "Esta cadeira atende aos requisitos das normas federais de segurança viária"; os modelos europeus certificados têm etiquetas com algum destes códigos: E1, E2, E3, E4, que indicam em qual país ocorreu a certificação; e os modelos brasileiros devem identificar que seguem a norma NBR 14.400 e ter o selo do Inmetro.
Cadeiras usadas
Podem ser utilizadas desde que os pais observem se a cadeira não foi danificada em um acidente nem debilitada por uso e armazenamento errados, por exemplo. Também todas as partes originais, instruções e rótulos devem estar em boas condições.
Espaço
A melhor opção é que a criança mais alta do grupo sente no banco da frente, utilizando a cadeira ou o assento de segurança. Afaste o banco o máximo possível do painel e, caso tenha airbag, desligue-o. O airbag do passageiro pode machucar seriamente uma criança que estiver sentada no banco da frente.
Mudanças
Academia Americana de Pediatria recomenda que as crianças devem ter um mínimo de 12 meses e um peso mínimo de nove quilos antes de ficar de frente para o movimento. A posição de costas para o movimento reduz o risco de danos na medula espinhal numa colisão frontal, já que a concha da cadeira segura o pescoço e divide as forças da batida nas costas. Para migrar da cadeirinha para o cinto de segurança é preciso observar se a criança consegue apoiar as costas no encosto e dobrar o joelho na borda do banco sem deslizar para frente; se o cinto subabdominal fica ajustado sobre os ossos dos quadris e não no abdômen; e se o cinto de três pontos passa confortavelmente sobre os quadris e no centro do ombro e não no pescoço. Caso nenhum desses critérios for atingido, é provável que a criança ainda precise de um assento de segurança.
IdadesMenores de até 1 ano só podem ser transportados no bebê-conforto, até quatro na cadeirinha e até sete e meio no assento de elevação.
Obrigatório desde 2010, o uso da cadeirinha infantil em automóveis no Brasil é uma das poucas leis de trânsito que deram certo. Assim como o cinto de segurança, que foi incorporado por quase todos os motoristas nos últimos anos, atualmente poucos pais saem de casa sem que o filho esteja no equipamento de segurança - quem descumprir a lei recebe multa de R$ 191,54, além de perder 7 pontos na carteira. Mas será que eles realmente estão seguros?
RESULTADO: Para o bem e para o mal, veja quais modelos se destacaram no teste
A Proteste associação de defesa do consumidor realizou testes de impacto com 16 modelos de cadeirinhas e concluiu que os resultados ainda estão longe do ideal. Nenhum obteve a classificação máxima de cinco estrelas, designada pelo Global NCAP (Programa de Avaliação de Carros Novos), parceiro da Proteste que conduziu as avaliações.
Foram testados oito bebês-conforto e oito cadeiras para crianças uma de 0 a 18 kg; duas de 9 a 18 kg; e cinco de 9 a 36 kg disponíveis no mercado. As notas variam entre "muito bom" (cinco estrelas), "bom", "aceitável", "fraco" e "ruim" (uma estrela).
No teste de impacto lateral o resultado foi, na maioria dos casos, ruim ou, no máximo, aceitável. Uma das cadeirinhas, Cosco High Back Comutter XP, teve sua avaliação limitada a uma estrela por conta do impacto direto da cabeça do boneco de teste contra a lateral do veículo. Já a da marca Infanti foi classificada como a mais segura, por proteger bem a cabeça do boneco.
Ainda no teste de impacto lateral, os bebês-conforto Burigotto Touring, Galzerano Piccolina e Peg-Pérego Primo Viaggio Trifix permitiram contato da cabeça da criança com a lateral da porta. Nos outros modelos, o contato foi menor e a proteção foi considerada aceitável.
Nos testes de impacto frontal, os bebês-conforto (até 13 kg) foram bem avaliados. Somente o modelo Galzerano Piccolina não obteve nota máxima, mas, ainda assim, foi considerado bom. Entre as cadeirinhas (para 9 kg a 36 kg), apenas as marcas Chicco Neptune e Infanti Star foram consideradas boas. O restante figura como aceitável.
Preocupação
O teste de impacto frontal simulou a batida de um veículo a 64 km/h. Foram avaliados, entre outros itens, o deslocamento e a aceleração da cabeça da criança, as cargas no pescoço e a aceleração do tórax. No teste de impacto lateral foram analisados estes mesmos itens, porém numa colisão lateral a 28 km/h.
O coordenador técnico da Proteste, Dino Lameira, afirma que ficou preocupado com a falta de proteção nas colisões laterais. Na opinião dele, embora nenhum país adote regras rígidas no controle de segurança no caso de colisões laterais, o Inmetro deveria utilizar o impacto na avaliação de segurança das cadeirinhas e bebê-conforto. "Mostramos que as normas de segurança da ABNT não são suficientes. É claro que com a cadeirinha a criança estará segura, mas queremos aumentar o nível", explica.
Empresas alegam que cumprem as normas
Em notas distintas, as empresas submetidas ao exame da Proteste afirmaram que cumprem as normas estabelecidas na ABNT NBR 14.400 Dispositivos de Retenção Requisitos de Segurança, a única exigida no Brasil para a comercialização de cadeirinhas. Ainda segundo as empresas, a Proteste usou critérios diferentes da ABNT, e que são, sim, seguras.
A Burigotto e o grupo italiano Peg-Pérego ressaltam que todas as cadeiras para automóveis produzidas e/ou comercializadas por eles "são certificadas de acordo com todos os requisitos de segurança da norma ABNT NBR 14.400, o que garante a plena segurança das cadeiras para automóveis". A nota diz ainda que "as empresas sempre obtiveram excelente desempenho em todos os requisitos de segurança da referida norma. Além disso, aguardam o Relatório de Ensaio completo da Proteste para avaliação".
A Galzerano afirmou que "os padrões utilizados neste ensaio da Proteste são distintos daqueles utilizados para certificação brasileira, a norma ABNT NBR 14.400, segundo a qual nosso bebê-conforto modelo Piccolina foi desenvolvido, testado e aprovado. Não nos vemos aptos a comentar ensaios realizados com padrões diferentes dos utilizados na construção e certificação de nossos produtos, nem tampouco os parâmetros para ensaio de impacto lateral, que não estão previstos em nossas normas e regulamentos".
IsofixO sistema Isofix, que prende a cadeirinha diretamente à carroceria do carro, também foi avaliado pelo Proteste. Ele teve um desempenho melhor que os outros. "Pode ser uma solução viável", diz. Porém, poucos modelos de veículos oferecem o dispositivo e o comércio dele não está regulamentado no país.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast