Pelo jeito o retorno da Puma ao mercado brasileiro não se limitará às dez unidades anunciadas no ano passado. A icônica marca de um dos esportivos fora de série mais cultuados no país acaba de anunciar que pretende abrir um mini fábrica em Botucatu (SP) para a produção artesanal do modelo.
Em entrevista ao site Jornal do Carro, o diretor da empresa Luiz Gasparini da Costa disse que já fechou um acordo com a prefeitura local. Numa primeira fase, será aberta uma sala no Núcleo Administrativo do Parque Tecnológico da cidade e na sequência a marca pleitearia uma terreno de 375 mil² para a construção de um galpão para a montagem dos veículos.
O empresário afirmou que começará a captar os recursos para reativar oficialmente a Puma no Brasil, estimados em R$ 250 milhões. Por ser ano de Copa do Mundo e eleições, Gasparini acredita que terá dificuldade para obter o dinheiro ainda neste ano. A intenção dele é inaugurar a pedra fundamental em janeiro do ano que vem.
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Nesta fase de relançamento da marca, a Puma Automóveis já vendeu dez unidades do modelo GT 2.4 Lumimari - o nome faz referência ao primeiro fabricante do carro. Porém ainda não entregou nenhuma unidade aos compradores, cada uma ao preço de R$ 150 mil - houve a opção de parcelar em 15x de R$ 10 mil.
De acordo com o diretor, o exemplar com chassi número '00' está sendo montado em Itatinga (SP). A previsão inicial era entregar os carros a partir de julho, porém o cronograma está com um atraso de 32 dias, ressaltou Gasparini ao Jornal da Carro.
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Nova geração com ar retrô
Ainda não há uma imagem oficial da segunda geração do Puma, porém, a pedido da empresa, o designer Du Oliveira elaborou algumas projeções que como ficará a versão GT Luminari. Ela revela um visual muito próximo ao do Puma que era feito de forma artesanal numa época em que não havia a concorrência de modelos importados.
A versão moderna virá equipada com motor 2.4 Flex de quatro cilindros, que rende 180 cv e 25 kgfm de torque disponível a 2.800 rpm, que ficará posicionado na parte traseira-central, favorecendo a melhor distribuição de peso.
Por falar em peso, são apenas 917 kg, 10 kg a mais do que o Fiat Mobi, por exemplo, o que dá uma impressionante relação peso/potência de apenas 5 kg/cv.
Pela central multimídia será possível escolher por 5 configurações do propulsor, que estará associado a uma transmissão manual de seis marchas, com tração traseira.
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O chassi tubular em aço vestirá uma carroceria construída em fibra de vidro e carbono - materiais que colaboraram para deixar o carro bastante leve. A suspensão será independente.
As rodas aro 17 virão calçadas com pneus Pirelli P Zero Trofeo 225-40 (dianteira) e 225-45 (traseira), enquanto os freios serão a disco nas quatro rodas, com pinças de alumínio de 4 pistões em cada uma. O GT Lumimari será, praticamente, um carro de corrida para as ruas.
Sucesso no passado
Entre meados da década de 1960 até 1980 o mercado brasileiro era fechado à importação de automóveis. Com isso, várias empresas nacionais surgiram para atender ao consumidor carente de novidades.
A Puma foi uma delas. Ela surgiu em 1967 e talvez seja a que obteve maior sucesso entre as empresas que fabricavam modelos fora de série. Além do Brasil, também exportou seus carros para a América do Norte, Europa e África.
Seus veículos eram equipados com motor DKW (3 cilindros), Volkswagen (4 cilindros) e General Motors (4 e 6 cilindros). Exibia dimensões compactas e linhas esportivas, embaladas por uma carroceria de fibra de vidro.
Algumas versões viraram sonho de consumo de muitos apaixonados por velocidade. A pioneira foi o Puma GT, que utilizava mecânica e carroceria da DKW. Depois vieram GTE (a de maior volume produzida), GTS , GTB, AM1, entre outras.
A empresa ficou na ativa até o fim da década de 1980, antes da abertura das importações, quando fechou as portas devido à crise. De lá para cá ensaiou várias tentativas para retornar ao mercado, pelas mãos de diferentes comandos.
Em 2013, assumiu uma nova direção sob o nome de Puma Automóveis, que agora busca resgatar os áureos tempos da Puma no Brasil e, quem sabe, em outros mercados.
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