Faz muito tempo que o segmento de compacto esportivo no Brasil se resume a maquiar um determinado modelo com acessórios que remetem à velocidade e a dar uma leve apimentada no motor. É o caso do Chevrolet Corsa SS (114 cv), Volkswagen Polo GT (120 cv) e Fiat Palio 1.8R (115 cv), para citar alguns.
Faltava no mercado um esportivo na sua essência, com um propulsor nervoso e que fizesse juz ao visual agressivo. A Fiat tratou de preencher essa lacuna com o Punto T-Jet. O motor 1.4 16V turbo a gasolina produz 152 cv de potência, suficientes para levar o carro a 203 km/h de velocidade máxima e satisfazer aqueles que buscam alta performance.
O Punto Turbo como certamente ficará conhecido chega para ser o top de linha da família, que possui uma versão maquiada, a 1.8 Sporting flex (115 cv). O preço sugerido a partir de R$ 59,5 mil (tabela em fevereiro de 2016 já está em R$ 70.560 ) pode parecer alto para um carro pequeno, mas se mostra competitivo quando se fala em itens de série e desempenho.
A novidade ganhou inspiração no Punto Abarth europeu. O visual realmente é invocado. Os faróis têm máscaras negras e as lanternas trazem bordas escurecidas. As laterais receberam molduras sobre as caixas de roda e saias laterais.
Na traseira destacam-se o novo para-choque com sensor de estacionamento, cuja parte inferior possui desenho que imita um extrator de ar; o escapamento com dupla saída; e o defletor em duas cores. As rodas são de cinco raios duplos de 17" com pneus 205/50.
O interior também é diferenciado e com um detalhe exclusivo: a porção central do painel vem pintada na cor do carro, lembrando um esportivo da marca da década de 90: o Fiat Coupé. Chama atenção ainda o revestimento em couro com costura em cinza no volante, na manopla do câmbio e nos puxadores das portas.
Os bancos são revestidos em pele animal, com formato de concha e o logo da versão bordado nos encostos. Para completar o toque esportivo, as pedaleiras são de alumínio e os grafismos do painel de instrumentos têm escala dupla para velocímetro e conta-giros, além de indicar a pressão do turbo.
De série, o T-Jet é bem completo, oferecendo, entre outros itens, comandos de áudio e telefone no volante; computador de bordo, piloto automático, airbag duplo, freios ABS e CD-Player com bluetooth e entrada USB. Já a lista de opcionais inclui teto solar Sky Dome (que abrange 70% da área do teto), GPS integrado ao painel, faróis e limpador de parabrisa com acionamento automático, sensor de chuva e airbags laterais e de cortina.
Dupla identidade do motor
Durante a avaliação feita em Belo Horizonte (MG), num trajeto de 50 quilômetros em rodovia, a reportagem percebeu que o T-Jet revela uma dupla identidade do motor. Até a terceira marcha, ele se comporta como um propulsor de baixa cilindrada, trabalhando mais devagar entre 1.000 e 2.000 giros. ]
É necessário pisar com mais ímpeto para obter uma resposta satisfatória. A partir da terceira é que a turbina e o intercooler mostram o desempenho de um esportivo. O velocímetro passa fácil dos 100 km/h ainda em terceira.
Faz falta, porém, um ronco mais grave do motor, característica marcante do turbo, que irá decepcionar o consumidor mais exigente. O conjunto de câmbio recebeu um ajuste especial, bem como a suspensão (dianteira 17% mais rígida, com a traseira 8% mais solta).
No asfalto, foi possível notar essa diferença. O carro passou sem sobressaltos por imperfeições e até com suavidade por obstáculos. Nas curvas, o esportivo transmitiu segurança ao continuar preso ao solo mesmo em velocidade maiores. E, no momento de parar, os freios ABS com distribuição eletrônica da força de frenagem (EBD) seguraram o veículo se qualquer trepidação no pedal.
Saiba mais
O Punto T-Jet já está disponível nas concessionárias.
Dinastia turbo
Pioneira em motores sobrealimentados a gasolina no Brasil, a Fiat lançou o primeiro carro turbo fabricado no país em 1993 com o Uno Turbo. Depois chegaram outros, como o Tempra Turbo (1994), o Marea Turbo (1999) e o Linea T-Jet (2008), tornando-se a montadora que mais equipou produtos com esta tecnologia.
Revenda
Quem gosta de esportivos não tem pé leve, e, se a manutenção não for realizada de acordo com as indicações da marca, a vida útil do veículo tende a ficar limitada. Por isso, esportivos costumam desvalorizar mais no mercado de carros usados.
Rivais
Sem um rival direto, o hatch da Fiat é um potencial concorrente para o Honda Civic SI, R$ 37,4 mil mais caro que o Punto T-Jet. O sedã japonês, porém, justifica seu preço pelo seu desempenho superior. Outro oponente seria o Golf GTI com seu motor 1.8 Turbo da Audi, mas a VW anunciou o fim da linha de montagem da versão.
O jornalista viajou a convite da Fiat.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião