O governo irá avaliar um pedido dos importadores para a criação de um regime automotivo "alternativo" para as marcas dispostas a abrir fábricas no Brasil. A discussão ainda está em fase embrionária, mas surge como uma solução que esses investimentos sejam cancelados ou protelados sem previsão pelo forte aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados ou produzidos por montadoras que utilizem menos de 65% de peças fabricadas localmente. Há duas semanas, a tributação foi elevada em 30 pontos. Rumores dão conta de que algumas empresas que integram a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) estão se organizando para apresentar em conjunto uma proposta razoável ao governo. Entre as alternativas em estudo está a de reduzir a exigência de conteúdo local nos primeiros anos de vida das fábricas. O limite mínimo de 65% de peças locais no início da operação é tido como inviável pelos importadores. Porcentuais mais realistas seriam 40% a 50%.O governo estaria aberto a analisar tal porque não tem interesse em afugentar investimentos que gerem empregos no país. Existe também pressão política de governadores, prefeitos e deputados interessados em atrair para suas regiões as novas montadoras. Nove fábricas já estão em construção ou em fase de projeto no país, com investimentos que podem chegar a R$ 5 bilhões até 2014. Além da alemã BMW, Chery, JAC Motors e Hyundai compõem esse grupo e seriam as eventuais beneficiadas de um regime automotivo "alternativo".DivisãoO assunto, no entanto, está provocando uma divisão entre os importadores reunidos na Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva). Entre os associados da entidade, há empresas com planos concretos de construir fábricas no País e outras que não pretendem seguir essa estratégia principalmente importadoras de veículos de luxo como Audi ou Jaguar.A Abeiva chegou a anunciar que entraria na Justiça contra o IPI, mas liberou suas associadas a agir individualmente. As montadoras em negociação com o governo não têm interesse em comprar uma briga. Outro motivo foi que empresas que importam por meio de tradings não seriam beneficiadas por uma ação judicial da entidade de classe. Duas importadoras já conseguiram liminares para postergar a entrada em vigor do IPI.
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