O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira (5) que, se dependesse apenas de uma decisão dele, teria elevado de 20 para 60 pontos o limite para suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
"Porque, afinal de contas, a indústria da multa vai deixar de existir no Brasil, como em Goiás", disse o mandatário durante o lançamento oficial do projeto Juntos pelo Araguaia, em Aragarças (GO).
Nesta terça-feira (4), Bolsonaro entregou pessoalmente à Câmara dos Deputados um projeto de lei que muda o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Dentre os vários pontos, a proposta amplia de 20 para 40 pontos o limite para suspensão da CNH e elimina exames toxicológicos para motoristas profissionais.
As duas medidas eram promessas feitas por Bolsonaro a caminhoneiros ainda durante a campanha eleitoral. Segundo especialistas, a ampliação do limite de pontos traz risco de elevar o número de acidentes e mortes no trânsito.
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Para que as mudanças entrem em vigor, o projeto precisará ser discutido no âmbito das comissões e, depois de aprovado, apreciado pelo plenário da Câmara e do Senado.
De acordo com o presidente, a proposta parece simples, mas tem "profundo alcance".
"Fui lá na Câmara dos Deputados, falei com o presidente Rodrigo Maia, o nosso aliado em vários projetos, apresentar um projeto para fazer com que a Carteira Nacional de Habilitação passe sua validade de cinco para 10 anos. Para que o caminhoneiro que transporta aqui o que o Centro-Oeste produz não perca sua carteira com vinte pontos, e, sim, com 40 pontos. Por mim, eu botaria 60 (pontos). Porque, afinal de contas, a indústria da multa vai deixar de existir no Brasil, como em Goiás", disse Bolsonaro.
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A proposta entregue por Bolsonaro também acaba com a multa para quem não usa cadeirinhas para crianças. O presidente afirmou que a infração continua valendo e que apenas a cobrança da multa deixará de existir. Pelo projeto, os infratores nesse caso serão apenas advertidos por escrito.
"Quero ver se vão continuar multando. Lá no Rio de Janeiro o que é comum: o pessoal faz plantão em cima de escola onde o pai paga R$ 3 mil, R$ 4 mil de mensalidade. Escola pobre não tem multa. Então é um negócio direcionado para tirar dinheiro do povo. Continua punição na carteira, pontuação. Tiramos o dinheiro fora."
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O presidente informou ainda que acertou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a contratação de 1 mil servidores para a Polícia Rodoviária Federal e voltou a dizer que irá extinguir os radares móveis.
"Hoje em dia tem pardal escondido para tudo o que é lugar, além dos móveis, o trabalhador, o motorista de ônibus, táxi ou caminhão, não perde a carteira (de motorista), perde a carteira de trabalho", disse.
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