As vendas minguadas e o sumiço das ruas já revelavam que o Fluence agonizava no mercado. Pois a Renault decidiu por fim a esse calvário. A marca francesa anunciou a aposentadoria do sedã no Brasil, com as vendas durando apenas enquanto houver estoque na fábrica e nas lojas - suficiente para mantê-lo zero km até metade do ano que vem.
Segundo Ricardo Gondo, diretor de Vendas e Marketing da Renault, o público do segmento de médio perdeu o interesse por hatches e sedãs. “Ele busca agora SUV, e por isso vamos apostar no Captur e no Duster”, ressalta o executivo.
As duas opções cobrem uma faixa de preço que vai de R$ 69.490 a R$ 93.650, justamente a dos sedãs médios. “Temos dois modelos na mesma categoria, algo que nenhuma outra marca tem”, argumenta Gondo.
Até 2022, a montadora com sede no Paraná passará a oferecer um terceiro utilitário no país, ainda mantido sob sigilo. Suspeita-se que seja o Kadjar, vendido na Europa. Já o Koleos, SUV grande previsto para o primeiro trimestre de 2018, teve novamente a data de estreia adiada, e sem definição de uma nova.
Mégane R.S. , o substituto?
O fim da linha do Fluence no Brasil era algo imaginado, só aguardando quando chegaria. O sedã somou apenas 890 unidades emplacadas de janeiro a outubro, o que dá uma média de 89 carros mensais.
É muito pouco considerando que o líder de vendas no setor, o Toyota Corolla, vende 5 mil ao mês.
O Fluence ainda está disponível - boa parte adquirido por frotistas - nas versões Dynamique Plus (R$ 99.530) e Privilège (R$ 108.330). Ambas com motor 2.0 flex, de 143 cv e câmbio CVT.
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Ricardo Gondo deixou aberta a possibilidade do Mégane R.S. vir da Argentina, de onde saía o Fluence para o nosso mercado. “Estamos estudando a chegada de um substituto”, adianta.
Lançado no Brasil em 2011, o Fluence substituiu o Megane Sedan. Bem avaliado pela mídia especializada no lançamento, com o tempo foi perdendo espaço para os outros sedãs que acabaram mais tarde renovados. Casos do Honda Civic, Chevrolet Cruze e Corolla, que trocaram de geração, e do Volkswagen Jetta, reestilizado.
Carros que já saíram de cena em 2017
Hyundai i30
O hatch médio que um dia já foi líder de vendas no Brasil e ajudou a projetar a marca da Hyundai por aqui está vivendo de estoque. O Grupo CAOA, responsável por importar os modelos da marca sul-coreana, interrompeu a vinda do i30 sem previsão de retorno.
O carro ainda consta no site da marca no modelo 2016, por R$ 82.190. Lá fora, a nova geração já estreou, mas com remotas chances de desembarcar em solo nacional. Quem sabe, a partir do próximo ano quando o peso do ‘Super IPI’ acabar.
Sem contar que o volume de vendas no segmento de hatch médio cai a cada mês, o que não justificaria uma esforço para manter o i30 ativo no Brasil.
Volkswagen CrossFox
A mais bem-sucedida versão aventureira urbana do mercado sai de cena por cima. O modelo ainda era bem procurado pelos consumidores que buscavam um veículo com o visual fora de estrada e, juntamente com o Fox, figurava com frequência no topo 10 de vendas no Brasil.
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Mas a Volkswagen resolveu apostar as fichas na nova geração do Polo, que chega neste mês. Por isso, reformulou a linha do Fox, que se resume agora a duas versões: Connect e Xtreme, esta com uma proposta mais próxima à do CrossFox, inclusive com caixa de rodas e faróis auxiliares retangulares. Só sem o estepe na traseira.
JAC J3
O modelo que lançou a chinesa JAC Motors no Brasil deixa o mercado seis anos depois de ficar conhecido como o ‘completão’, avalizado pelo garoto-propaganda Faustão.
Junto com ele deixam de existir a variante sedã J3 Turin e o subcompacto J2. O fim dos modelos inaugura um novo capítulo da JAC em solo brasileiro. A empresa resolveu apostar as fichas nos crossovers e utilitários esportivos, segmentos que mais crescem no país.
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O sedã J5 e a minivan J6 também terão o mesmo destino, despedindo-se das lojas ao longo do próximo ano.
Fiat Palio (versões 1.4 e 1.6)
A chegada do Argo iria canibalizar as versões mais caras do Novo Palio. Por isso, a Fiat decidiu retirá-las do mercado, mantendo apenas as configuração mais em conta, com motor 1.0, que parte de R$ 45.240. É provável que esta também esteja também no fim da vida, pois o Argo 1.0 começa em R$ 46.800.
As configurações que foram encerradas são a Attractive 1.4, a Essence 1.6 e a Sporting 1.6. Elas ainda constam no site da Fiat, mas até acabarem os estoques.
O Palio que vendia, na verdade, era o equipado com motor 1.0 Fire, que por sua vez saiu de fininho com o lançamento do Mobi. Teve uma sobrevida aceitando encomendas de frotistas, porém aposentou-se de vez recentemente.
Chevrolet Captiva
A morte do Captiva fora confirmado no início deste ano quando a Chevrolet anunciou a vinda da terceira geração do Equinox, que estreia nas lojas neste mês.
O utilitário esportivo praticamente havia sumido das ruas e não aparecia há um bom tempo nem entre os 40 SUVs mais vendidos do país.
Chery Tiggo
O utilitário há muito tempo já saiu do site da marca chinesa. Em seu lugar entrará o Tiggo 2, que está em produção na fábrica de Jacareí (SP) desde julho. É um crossover construído sobre a mesma plataforma do Celer
Oferecido por aqui desde 2013, o Tiggo foi o primeiro chinês com câmbio automático no Brasil, chegando a ser o modelo mais barato do Brasil em segmento a dispensar a embreagem. A caixa administrava o motor 2.0, de 138 cv.
Mitsubishi Lancer
Apesar de não ser oficial, a Mitsubishi deixou de produzir o sedã Lancer no Brasil e, por enquanto, não há um sucessor. A marca pretende concentrar as forças no segmento de SUVs, considerado mais lucrativo e promissor.
Desde agosto o sedã não é mais feito em Catalão (GO) e mesmo aparecendo no site já não é mais possível configurá-lo. As vendas do sedã vinham caindo mês a mês. Em outros mercados ele também foi descontinuado, como nos EUA.
Citroën C4 THP manual
Os mais puristas não admitem uma motorização turbo gerenciada por um câmbio automático. Para eles, a transmissão manual entrega mais esportividade.
Entre os sedãs médios turbinados, o C4 THP era o único que oferecia tal opção, com caixa mecânica de cinco marchas administrando propulsor 1.6 flex, de 173 cv. Esse conjunto realmente tornava o sedã muito divertido de dirigir. A baixa procura pelo C4 THP manual forçou a Citroën a eliminar esta versão do catálogo.
Já modelos como Volkswagen Jetta 2.0 TSI e Chevrolet Cruze 1.4 LTZ, ambos turbos, são vendidos apenas na transmissão que dispensa o pedal de embregaem.
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