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O Captur CVT responderá poder 60% das vendas do modelo, segundo a Renault. | Renyere Trovão/ Gazeta do Povo
O Captur CVT responderá poder 60% das vendas do modelo, segundo a Renault.| Foto: Renyere Trovão/ Gazeta do Povo

Um câmbio pode ser decisivo para o sucesso ou não de um carro? A Renault acredita que sim e por isso aposta as suas fichas na transmissão X-Tronic CVT para fazer o Captur, enfim, deslanchar nas vendas.

A nova caixa com relação infinita de marchas chega para complementar a linha do crossover - a marca prefere tratá-lo como SUV. Ela vai gerenciar o motor 1.6 SCe Flex, de até 120 cv e 16,2 kgfm de torque, posicionando-se como versões intermediárias do modelo.

Captur 1.6 CVT Zen custará R$ 84.900, enquanto o 1.6 CVT Intense sairá por R$ 88.400 e estarão nas lojas a partir da próxima semana. A gama ainda tem a versão de entrada 1.6 manual, por R$ 78.900, e a topo de linha 2.0 Intense automática de 4 marchas, que saltou de R$ 88.490 para R$ 91.900.

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Lançado em fevereiro deste ano, o Captur ainda busca se firmar no segmento sensação do mercado brasileiro, o de SUVscrossovers. Em maio foram 1,4 mil unidades emplacadas e a 9.ª posição na categoria (quase 4 mil no acumulado de 2017). Desempenho que, segunda a marca, está dentro da projeção pré-CVT. 

Com a chegada do Captur CVT, a expectativa é ganhar alguns degraus neste ranking, superando pelos menos os rivais mais próximos como Chevrolet TrackerPeugeot 2008Honda WR-V

Tanto, que no mix de vendas projetado pela Renault, a opção CVT aparece com 60% da intenções de compra, enquanto o manual e o automática responderão por 20% cada um.

Segundo Dimitri Zaharov Castiglia, responsável pelo desenvolvimento e posicionamento do Captur no Brasil, a Renault deixou claro à época do lançamento do carro que as vendas alcançariam o patamar desejado quando fosse lançado com o câmbio CVT

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A transmissão é fornecida pela Jacto, a mesma empresa que cede a caixa para a Nissan equipar o Sentra e o Kicks. Cabe a cada montadora fazer os ajustes necessários para casar melhor o câmbio com o motor e a proposta de cada modelo.

Mas, há motivos para a Renault confiar tanto que a novidade vai alavancar a procura pelo Captur? A Gazeta do Povo realizou o test drive durante o lançamento no Rio de Janeiro e lista abaixo seis motivos para validar ou não o otimismo da fabricante.

Melhor que o 2.0 automático

Talvez o maior atributo do câmbio CVT seja ser superior na entrega do que o automático de 4 marchas, derivado do Duster. A transmissão de relações continuamente variáveis é mais confortável, o que condiz com o perfil de um crossover.

Rodamos com a configuração 1.6 Intense e pudemos perceber o bom casamento com o motor. À medida que se acelera, a caixa responde de forma linear, sem trancos ou imprecisões comuns da opção automática do 2.0. O efeito pode ser percebido em retomadas de velocidade ou saídas de semáforo.

No trajeto urbano, com velocidades baixas, o propulsor de 120 cv (etanol) chega a ser mais interessante e eficiente do que os 148 cv (etanol) do topo de linha. 

Seis marchas simuladas

Quem gosta de mudar as marchas para ter o carro sempre à mão, há a opção de trocas sequenciais. São seis marchas simuladas, ativadas quando se coloca a alavanca do câmbio para a direita.

Não há ‘borboletas’ atrás do volante. A troca é feita no câmbio, com ajuda de um indicador no painel de instrumentos que avisa a hora de reduzir ou subir as marchas.

Consumo mais baixo

Uma das queixas do cliente do Captur 2.0 é o consumo elevado. No 1.6 CVT esse problema é minimizado. Em velocidade de cruzeiro a 80 km/h, o conta-giros não passa de 1.700 rpm, o que contribui para o menor gasto de combustível.

Dados do Inmetro mostram médias de 7,3/ 10,5 km/l na cidade e de 8,1/ 11,7 km/l (etanol/ gasolina), na estrada. Ele é 3,5 % mais econômico que a versão manual, divulga a Renault.

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Porém é possível registrar índices melhores conforme foi possível conferir no computador de bordo, com médias superiores a 13 km/l em rodovia.

Desempenho honesto

O motor 1.6 pode parecer ‘pouco’ para um carro do tamanho do Captur. Mas assim como Nissan Kicks, que também usa um 1.6 (de 114 cv), o peso do carro não é tão elevado. 

Os 1.286 kg garantem um relação de peso/potência de 10,7 kg/cv, o suficiente para rodar com tranquilidade em ambiente urbano e não deixar o motorista na mão em subidas ou ultrapassagens na estrada. Pena que os 16,82 kgfm de torque só apareçam a 4 mil rpm. 

É claro quando se pisa mais forte no acelerador em uma rodovia, surge o comportamento típico de um CVT: o  giro lá fica lá em cima a espera de um alívio no pedal ou então de afundá-lo ainda mais. O ganho de velocidade é tímido, sem qualquer emoção para quem gosta de um tocar mais arisco.

Mesmo assim, quase não se ouve o grito vindo debaixo do capô ou vibrações pelo esforço maior. Méritos para o bom isolamento acústico.

Interior ‘estilo’ Renault

Quem já entrou no SanderoLoganDuster percebe uma coisa em comum: o excesso de plásticos no acabamento. No caso dos modelos citados daria até para relevar, pois trata-se de opções mais baratas.

Mas no caso do Captur, com preços na casa dos R$ 80 mil, isso é incompatível. Os plástico não casa com o atraente visual da cabine, especialmente o quadro de instrumentos e o painel central em preto brilhante e contornos cromados, que exibe a central multimídia de 7” e os controles do ar-condicionado digital.

O espaço interno é amplo, levando três adultos no banco traseiro confortavelmente. São 2,67 m de entreixos, superiores ao do Honda HRV e Kicks (2,61 m), Hyundai Creta (2,59 m) e Jeep Renegade (2,57 m), por exemplo.

O porta-malas do Captur comporta 437 litros, idêntico ao do HR-V (437 l) e superior a Kicks (432 l), Creta (431 l) e Renegade (260 l).

Design chama a atenção

Não há como negar que o Captur é um dos modelos mais bonitos do segmento. Traz muito dos projetos genuínos franceses, o que difere de quase todo o portfólio da Renault no Brasil, nascidos da parceria com a romena Dacia, marca mais popular do grupo.

O conjunto é bastante harmônico, com a dianteira e a traseira exibindo um design arrebatador e bem definido. É impossível deixar de olhá-lo desfilando pelas ruas.

CONFIRA OS ITENS DE SÉRIE 

Captur 1.6 SCe Zen manual

R$ 78.900

Direção eletro-hidráulica; airbags laterais; controles de estabilidade (ESP) e de tração (ASR); assistente de partida em rampas (HSA); Isofix; volante com regulagem da altura; ar-condicionado; rodas de liga leve aro 17; vidros elétricos; alarme; chave cartão hands free; sensor de ré; comando de áudio e celular na coluna de direção (comando satélite); luzes diurnas em led; retrovisores rebatíveis e piloto automático.

Opcionais: Kit Media Nav e câmera de ré (R$ 1.990), pintura com bitonalidade (R$ 1.400).

Captur 1.6 SCe CVT Zen

R$ 84.900

Idem ao anterior

Captur 1.6 SCe CVT Intense

R$ 88.400

+ ar-condicionado digital; câmera de ré; sensores de luz e chuva; farol de neblina com função cornering light (quando o carro faz uma curva aciona uma luz adicional do lado correspondente à curva); e central multimídia.

Captur 2.0 automático Intense

R$ 91.900

Idem à versão 1.6 Intense

Opcionais: bancos de couro (R$ 1.500) e pintura com bitonalidade (R$ 1.400).

O jornalista viajou a convite da Renault
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