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Adquirir carro usado de particular ou em feiras sem vínculos com concessionárias pode significar bom preço, mas nem sempre é sinônimo de segurança e de bom negócio. No afã de comprar um veículo, muitas vezes a pessoa se deixa levar pela aparência e esquece de checar a mecânica do veículo, se já sofreu acidentes, se tem multas ou é roubado. Como a negociação ocorre sem a figura do revendedor, não há relação de consumo como a estabelecida pelo Código de Defesa do Consumidor e, portanto, não existe qualquer tipo de garantia legal.

Uma alternativa para evitar a dor de cabeça é comprar carros em revendedoras. Nos últimos anos, esse segmento se transformou numa boa opção para quem busca a trinca preço-segurança-procedência. Porém, é fundamental checar a idoneidade da loja. Ser credenciada à Associação Paranaense de Revendedores de Veículos Automotores no Estado do Paraná (Assovepar) também pode ser uma segurança. Das quase 1.000 lojas na Grande Curitiba, cerca de 300 são filiadas à entidade.

Revenda é igual semáforo, tem uma em cada esquina. Por isso, há quem busca na excelência do atendimento e na conservação dos automóveis uma maneira de driblar a concorrência e conquistar o cliente. Algumas são rigorosas na hora de adquirir um veículo para colocá-lo no pátio ou quando a venda é feita por consignação. "Não coloco no pátio, por exemplo, modelo 2004 que tenha sido batido ou com retoque, mesmo que este reparo seja para arrumar um arranhadinho ou amassado feito na garagem de casa", assegura Enio Chedid, proprietário da Só de 1.ª Automóveis, no bairro Rebouças.

O comerciante afirma que os veículos que chegam ao estabelecimento passam por uma avaliação minuciosa. "Carros que tenham histórico de acidentes, consertos mal-feitos ou peças vitais com sinais visíveis de desgaste não entram na loja", diz.

A tecnologia também é aliada das revendas na hora de oferecer uma mercadoria de primeira linha. Augusto Silva Cortez, proprietário da Allcar Veículos, no Rebouças, utiliza um programa sofisticado de internet que levanta o histórico completo do carro, desde o momento da fatura na fábrica, o número de proprietários ao longo do anos, até se o dono foi indenizado total ou parcialmente por uma seguradora após o sinistro. "Evito automóvel que apresente qualquer irregularidade. Assim, o cliente tem a garantia de estar comprando um produto de boa procedência e ótimo estado de conservação", ressalta Cortez.

Numa revenda, o cliente obrigatoriamente receberá o veículo com o IPVA em dia, sem multas ou bloqueio judicial. Caso surja uma multa anterior lançada após a aquisição do automóvel, as lojas se responsabilizam em quitar a pendência.

A garantia de motor, câmbio e diferencial é de pelo menos de 90 dias, como exige o Código do Consumidor, mas é possível encontrar estabelecimentos que estendem a assistência mecânica para motivar a fidelização do cliente. É o caso da Carroagem Automóveis, no Campina do Siqueira. "Oferecemos assistência necessária até o quarto ou quinto mês em defeitos não ocasionados por imprudência do proprietário", destaca Décio Gosenhaimer, dono da loja.

Recomprar ou aceitar como base de troca o veículo que fora vendido ao cliente também é uma prática comum às revendas. "As pessoas estão trocando de carro com mais freqüência, no intervalo de dois a três anos. Por isso, damos a elas essa opção de negociar novamente com a loja", salienta Gosenhaimer. Vale lembrar que neste caso há uma depreciação normal de mercado no valor do carro.

Mesmo com todas essas vantagens, nunca é demais levar o veículo a um mecânico de confiança antes de fechar o negócio. "Assim ele se sentirá mais seguro e poderá constatar ou não se a mercadoria atende as suas expectativas", orienta Ênio Chedid.

Cuidados básicos

Chassi – Confira se a numeração do chassi bate com o documento.

Desgaste – Preste atenção no estado dos pneus, do estofamento e dos pedais, para ver se são compatíveis com a quilometragem indicada no painel. Bancos soltos, tortos, rasgados ou quebrados são péssimos sinais.

Pintura – A pintura é a chave para detectar que o carro foi batido. Verifique se há diferenças de tonalidades ou respingos em borrachas.

Forração – Forração solta pode ser um sinal de que a lataria precisou ser mexida.

Solda – A solda original de fábrica é pontilhada. Se você encontrar um fio contínuo de solda sob o capô, é porque o carro foi batido.

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