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Joel Calgaro com a esposa, dona Sônia, e a neta Antônia mostra o motorhome da família montado sobre o chassi de um ônibus | Marco André Lima/ Gazeta do Povo
Joel Calgaro com a esposa, dona Sônia, e a neta Antônia mostra o motorhome da família montado sobre o chassi de um ônibus| Foto: Marco André Lima/ Gazeta do Povo

Simplificação

Permissão para dirigir foi alterada

Em julho deste ano foi sancionada a lei que simplifica a permissão para dirigir trailers, motorhomes, reboques, semirreboques ou unidades articuladas acopladas. Agora, o condutor habilitado na categoria B – que permite a condução de carro de passeio – poderá dirigir, também, veículos classificados como motorhome, desde que o peso seja inferior a seis mil quilos ou que tenha lotação máxima de oito lugares, além do motorista.

A Lei 12.452 altera o Código de Trânsito Brasileiro promulgado em 1997 e, de acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), visa facilitar o processo de permissão de condução.

Mudança

Outra mudança feita pela nova lei é a inclusão dos trailers na categoria E, que se refere à condução de combinação de veículos em que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trailer ou articulada tenha seis toneladas ou mais ou lotação máxima maior do que oito lugares.

Campistas comentam que a exigência de carteira da categoria E para a condução de trailer está assustando muita gente, que está preferindo trocar esses veículos por motorhomes.

  • Motorhomes estacionados no camping No Sol
  • Veículo de Joel Calgaro tem 13,5 metros de comprimento
  • Celso Freitas comprou o primeiro motorhome em 1992 e hoje tem uma empresa que faz manutenção desses veículos
  • Irene, mãe de Celso, Anita, sogra, e as netas Bruna e Giovana (atrás) são companheiras de viagem

O empresário Joel Calgaro já era casado com dona Sônia, em 1975, quando viu um trailer numa feira no Parque Barigui, em Curitiba. Eles tinham um Corcel II, da Ford, novinho. Calgaro não teve dúvida: vendeu o carro e investiu no sonho. Para rebocar a casa sobre rodas, contava com a ajuda do ir­­mão, que emprestava o seu Fusca. O casal de filhos veio nessa época e desde cedo acostumou com a ro­­tina das estradas.

Já Celso Freitas, também em­­presário, começou sua "carreira" de campista com um barraca, aos 22 anos de idade, e foi seguindo o que ele chama de evolução natural no campismo: teve trailer, sa­­fari (motorhome construído so­­bre o chassi da Kombi) e desde 1992 tem um motorhome maior. E a paixão virou trabalho. Freitas hoje é dono da Só Trailers, empresa que faz manutenção desses veículos, além de manter uma área para camping e estacionamento no Bairro Alto, em Curitiba.

Calgaro, que tem um laboratório de prótese odontológica, também deu um jeito de ficar próximo da sua paixão. Ele mora em uma área de 54 mil metros qua­­dra­dos em Campo Largo, na re­­gião metropolitana de Curi­tiba. No mesmo local moram sua mãe, irmão, filho e a família de­­dica um espaço para estacionamento e acampamento. É o camping No Sol.

Quanto custa

Os motorhomes são veículos com tração própria – diferente dos trailers, que precisam ser rebocados – e podem ser pequenos, com capacidade para duas pessoas, até grandes, que levam oito passageiros. Os maiores, construídos sobre chassis de ônibus, chegam a ter 14 metros de comprimento. Os preços também variam bastante, partindo de R$ 65 mil e chegando a R$ 900 mil.

Segundo Freitas, na região de Curitiba há três áreas para camping: a dele, no Bairro Alto, uma em Colombo e a de Calgaro, em Campo Largo. Donos de motorhomes também usam esses espaços para estacionamento, já que é difícil acomodar veículos grandes em qualquer lugar. Mensalis­tas pagam de R$ 250 a R$ 550 e o va­­lor varia conforme o lugar, de­­pende do uso ou não de energia elétrica e é maior quando os do­­nos de motorhomes decidem morar no camping. Já a diária custa R$ 15 por pessoa no camping de Freitas e R$ 20 no de Cal­­garo, o No Sol, que tem uma es­­trutura bem maior.

Quem não tem dinheiro para comprar um motorhome ou não quer arcar com os custos da sua manutenção pode optar pelo aluguel, mas no Brasil essa não é uma prática comum, diz Freitas. A empresa dele, por exemplo, faz locação só para eventos. Mesmo assim, uma pessoa da empresa leva o veículo até o local designado pelo cliente, deixa ele instalado lá e depois volta para buscar o motorhome.

O empresário explica que a maior dificuldade está em confiar a terceiros veículos que, normalmente, não têm seguro. De acordo com Freitas, só uma seguradora no Brasil cobre esse tipo de veículo e por um custo alto, equivalente a 30% do valor do bem.

O resultado disso, aponta Freitas, é que as poucas empresas que alugam motorhomes no Bra­­sil cobram pela diária, em média, R$ 300. E com motorista. Quem aluga tem ainda que bancar os custos de combustível e do motorista e enfrentar a inconveniência de ter um estranho na viagem. Nos Estados Unidos e na Europa, compara o empresário, a diária fica na faixa de R$ 120 porque lá as seguradoras contemplam esse tipo de veículo.

A esta hora, Celso e sua família estão curtindo mais uma viagem com o motorhome. Eles passam o Natal em Joinville (SC) e depois vão dar uma esticada até Florianó­polis, a capital catarinense.

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