O corretor de seguros Reginaldo Grebogge mora em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, e trabalha na capital. Além disso, sua profissão exige passar boa parte do dia na rua, visitando os clientes. E ele ainda não dispensa um passeio mais longo no final de semana, quando dedica um tempo para a pescaria. Tudo isso faz com que ele rode aproximadamente 200 quilômetros por dia a bordo do seu Renault Sandero. O carro, com três anos, já tem quilometragem pouco superior a 100 mil quilômetros.
Convidamos o professor Fábio Alencar Schneider, do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Positivo, para conhecer Grebogge e seus hábitos ao volante, além da sua rotina de manutenção do veículo. Veja como cuidados simples ajudam a garantir o menor impacto possível no orçamento.
VÍDEO: Veja as dicas de manutenção e forma de condução dadas pelo professor Fábio Schneider
Escolha da potência
Além de todos os fatores que pesam na hora de escolher o carro, o motorista deve ter em mente como esse veículo será usado. Se for predominantemente para tráfego urbano, a baixa potência do motor conta pontos a favor. Nesse caso, um carro 1.0 está de bom tamanho. Se for mais para a estrada, aí é recomendável optar por um propulsor mais potente. Isso porque um veículo 1.0 que na estrada quer alcançar velocidade superior a 100 km/h vai exigir mais combustível. O mesmo ocorre com motores potentes sujeitos ao "freia/acelera" das cidades. Segundo Schneider, para quem usa o carro na cidade o ano todo e viaja uma vez por ano, por exemplo, um carro com motor 1.3 ou 1.4 é uma boa escolha. Grebogge tinha um veículo 1.8 e hoje tem o 1.0.
Evite pisar fundo
Os bons hábitos ao volante que auxiliam na economia do combustível começam na arrancada. Não é recomendável pisar fundo no acelerador porque o sistema de injeção eletrônica entende que o motor precisa de potência máxima e fornece um adicional de combustível. Segundo Schneider, trocar a marcha na hora certa também ajuda a economizar. Carros de menor potência exigem trocas mais rápidas. Motores maiores permitem uma esticada. Para cada marcha há uma faixa de rotação ideal. Estar numa rotação muito alta, exigindo demais do motor, é gasto extra na certa. Mas o mesmo acontece no outro extremo, em rotações muito baixas.
0,7 ou menos é o resultado que deve dar da divisão do preço do litro do álcool pelo preço do litro da gasolina para que seja vantajoso, do ponto de vista econômico, usar o etanol. Isso porque, embora mais barato, ele gera menos energia e, portanto, exige uma quantidade maior para impulsionar o motor.
Ponto morto consome
Ao volante, outro mito que deve ser esquecido é o de que em ponto morto não há consumo de combustível quando, na verdade, nessa situação o motor é mantido em funcionamento, com um pequeno consumo. Ao descer uma rampa, indica Schneider, mantenha o carro engrenado e sem acelerar. Quanto ao ar-condicionado, o sistema impacta no consumo de combustível porque "rouba" cerca de 8 a 10 cavalos do motor, mas em altas velocidades, com o ar desligado e as janelas abertas, o consumo será ainda maior. A abertura das janelas cria uma força de arrasto, que segura o carro e exige mais força do motor e, consequentemente, mais combustível.
Pressão dos pneus
Para o professor Schneider, a manutenção correta é ainda mais importante do que a forma de conduzir quando se fala em economizar combustível. A pressão do pneu precisa ser verificada uma vez por semana e mantida dentro das recomendações do fabricante. Pneu murcho causa muito atrito com o solo e pode representar um aumento de até 50% no consumo. Pressão em excesso não, mas favorece o desgaste dos pneus, que terão de ser trocados em tempo até três vezes menor do que o normal. Grebogge diz que costuma calibrar os pneus a cada 30 dias, em média.
Filtro e injeção em dia
É importante não esquecer que o filtro de ar precisa ser substituído temporariamente, diz Schneider. Quando está sujo, ele dificulta a entrada de ar no motor, que precisa de mais combustível. O sistema de injeção eletrônica também merece atenção, mas corre menos riscos se o motorista usa gasolina aditivada ou um aditivo na comum. Grebogge diz que usa sempre a gasolina aditivada e abastece no mesmo posto. Essa relação de confiança é fundamental para reduzir o risco de colocar no carro um combustível adulterado, que é extremamente prejudicial, a longo prazo, para o desempenho do motor.
Montadoras auxiliam motoristas na condução econômica
Nos últimos anos, as montadoras passaram a auxiliar o motorista nesse controle dos gastos com combustível. Muitos modelos indicam o consumo por litro no painel, o que faz com que o motorista avalie se sua forma de dirigir está sendo a mais adequada. Essa assistência à condução econômica oferece várias possibilidades, variando conforme o fabricante.
Controle eletrônico da injeção, ajuste automático do ar-condicionado, desenvolvimento de pneus menos resistentes ao rolamento e indicação da troca de marcha no painel são exemplos de mecanismos colocados à disposição do condutor.
Alguns modelos vão mais além e alertam o motorista quando ele toma uma atitude inadequada. É o caso da tecnologia Eco Comfort, da Volkswagen. Ela alerta para fechar as janelas caso o ar-condicionado esteja ligado e avisa para não acelerar quando o veículo estiver parado.
Além disso, o Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, que começou em 2009, conta com a participação voluntária das montadoras, que mandam seus modelos para teste. A participação é expressiva. No site do Inmetro o consumidor encontra um banco de dados com os resultados do teste de consumo de combustível de 360 carros de 27 marcas.
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