Resposta
Anfavea culpa a álcool e a imprudência
O elevado índice de vítimas fatais em acidentes de carro no Brasil também foi usado pela Associated Press para justificar a fragilidade dos automóveis nacionais. Dados de 2010 do Ministério da Saúde, usados no artigo, revela que 9.059 pessoas morreram após colisões com o automóvel, enquanto no mesmo ano os Estados Unidos, com frota cinco vezes maior e mais segura, registraram 12.435 mortes. Ou seja, morrem quatro vezes mais brasileiros no trânsito que americanos. E o número continua crescendo, apontou a AP. Para a Anfavea, na maioria das óbitos as causas estão relacionadas à imprudência do motorista, ao consumo de álcool, à má conservação dos automóveis e às condições precárias das vias.
Uma polêmica sobre o nível de segurança dos carros no Brasil dominou o noticiário automotivo esta semana. De um lado um artigo divulgado pela agência Associated Press (AP) afirmando que os modelos produzidos pela indústria nacional e os similares europeus adaptados para o nosso mercado são "comprovadamente letais" para os ocupantes em caso de acidente. De outro a Anfavea, que representa os fabricantes de automóveis no país e põe a culpa na imprudência dos motoristas e no consumo de álcool pelo alto índice de mortalidade no trânsito.
O conteúdo da AP ganhou grande repercussão ao ser veiculado por diversos sites ao redor do mundo e em publicações importantes, como The New York Times e Washington Post. A agência internacional se baseou nos testes de colisões feitos pela Latin NCAP, braço da Euro NCAP na América Latina, para afirmar que os carros feitos por aqui têm qualidade de construção inferior e são menos seguros do que os vendidos nos Estados Unidos e Europa. Segundo o texto, os modelos populares à venda no país são produzidos com "soldas mais fracas, itens de segurança escassos e materiais de qualidade inferior em comparação a modelos similares fabricados para os consumidores americanos e europeus".
A Anfavea respondeu que as normas e sistemas produtivos existentes no país são os mesmos adotados pelos mais avançados centros produtivos. "Como a maioria das plataformas são mundiais, as especificações são idênticas e os cuidados com a produção são os mesmos. Quando existem alterações, na denominada tropicalização dos produtos, são para deixar os veículos ainda mais robustos e seguros para as respectivas aplicações", disse a entidade, em nota publicada no meio da semana.
Já para justificar as ausências de componentes de segurança nos modelos mais populares, as montadoras consultadas pela reportagem informaram que obedecem à lei brasileira, que não é exigente neste quesito. "Airbags e freios ABS, por exemplo, só serão obrigatórios em 2014", dizia a reportagem.
O artigo da AP ressaltava ainda que quatro dos cinco modelos mais emplacados do Brasil não conseguiram passar no crash-test da Latin NCAP. Para a agência, há incongruência entre os resultados de veículos cuja mesma versão é vendida aqui e lá fora. "Em tese, deveriam ser iguais, independentemente de onde são comercializados", ponderou a agência. Ela cita o caso do Nissan March, que no Brasil teve duas estrelas na avaliação de segurança e na Europa, quatro.
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