Em 2005, a Suzuki inovou o mercado de duas rodas ao lançar o seu scooter de baixa cilindrada, o Burgman 125 cc. Ao lado do Yamaha Neo CVT, dominava o mercado. Foi então que em 2009 a Honda contra-atacou e apresentou o Lead 110. Alimentado por injeção eletrônica de combustível e freios combinados, o modelo da Honda nasceu para abocanhar a fatia de mercado conquistada pelos seus concorrentes, principalmente o Burgman 125.
Também em 2009, entrou em vigor a terceira fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares, o Promot 3. A nova lei de emissões de gases fez o mercado de scooters se transformar. Sem um projeto que atendesse a essa nova legislação, o Burgman 125 foi perdendo espaço. A reviravolta foi tamanha, que hoje o Lead 110 detém 68% do segmento.
Segundo a assessoria da Suzuki no Brasil, "o novo modelo foi desenvolvido, testado e aprovado agora. Não foi em função do Promot 3 que a Suzuki perdeu mercado para a Honda. Foi por falta de produto em quantidade."
Com essa resposta burocrática, a Suzuki explicou a demora de forma oficial. "A Suzuki fica cinco anos com um modelo e todo o desenvolvimento é feito no Japão, por isso a demora", relatou Jefferson Pavan, engenheiro de certificação da marca. Difícil de entender, já que o Burgman i 2011 podia ser visto no CIMAMotor 2010 salão de motos que aconteceu em outubro na cidade chinesa de Chongqing. O modelo é produzido pela chinesa Hao Jue, que fabrica ainda outros modelos Suzuki. Primo-irmão do Smart 125, da Dafra, o novo Burgman i foi lançado para, quem sabe, recuperar o mercado.
Mudança
O scooter da Suzuki Burgman i 2011 é totalmente novo. A começar pelo nome, que traz a letra i, mostrando que o novo modelo agora é alimentado por injeção eletrônica de combustível. E é na alimentação que as diferenças começam. "A mistura de combustível está mais equilibrada, o que gera uma economia muito maior", explica Pavan. O novo sistema atende todas às exigências do Promot 3.
Mas as mudanças não param por aí. Olhando o Burgman 2011 e o modelo anterior de frente, o conjunto óptico já chama a atenção. Antes, o farol era posicionado mais para baixo no escudo frontal do scooter, separado da grande entrada de ar por dois parafusos. Já no novo modelo, o farol fica mais alto, a entrada de ar, mais discreta e as setas saíram da carenagem do guidão para se juntar ao escudo frontal do novo veículo.
Com as setas abaixo do conjunto óptico, o Burgman 2011 não traz nenhum outro sistema de iluminação na carenagem do guidão. Destaque ainda para os novos retrovisores, que agora estão mais encorpados e pintados na cor da moto.
O paralama dianteiro também deixou de existir. No Burgman i o "bico" da carenagem frontal se prolonga e funciona também como paralama. O ponto negativo é que em caso de algum impacto, toda a força será transmitida ao escudo frontal, composto por uma peça só. No modelo anterior era o paralama que absorvia parte desses choques. No anteparo do painel frontal, há um porta-luvas e também um gancho para pendurar sacolas ou bolsas, entre as pernas do piloto.
As diferenças continuam em todo o modelo. A garupa agora tem pedaleiras retráteis. Na versão antiga, a Suzuki disponibilizava apenas um suporte para os pés que era muito desconfortável.
A lanterna traseira ficou mais moderna e maior. E o bagageiro de série teve seu desenho atualizado, mas continua bem semelhante ao do modelo anterior.
As rodas dianteira e traseira, de liga leve e aro 10 polegadas, foram redesenhadas para criar harmonia no Burgman i, que sem dúvida ficou mais moderno. O painel foi todo reformulado, trazendo as mesmas informações do modelo lançado em 2005. Além do desenho, a grande novidade fica por conta da luz de injeção eletrônica hodômetro, setas, luz alta e marcador de combustível completam o painel.
O tanque de gasolina não segue a tendência de ir para o console que suporta os pés e continua debaixo do banco. Com isso, o espaço sob o banco é reduzido e comporta apenas um capacete aberto pequeno. Para terminar as comparações, o novo Burgman perdeu o contra peso na extremidade do guidão, agora escondido na parte interna do mesmo.
Pilotagem
A aceleração está mais linear. O uso da injeção eletrônica de combustível oferece ao piloto uma progressão contínua e sem falhas ao acelerar. O propulsor de quatro tempos, 125 cm³, duas válvulas, monocilíndrico e refrigerado a ar é muito silencioso. Mas para atender às restrições antipoluição, o desempenho do motor diminuiu: agora produz 9 cavalos de potência máxima a 7.500 rpm e torque máximo de 0.95 kgfm a 6.500 o antigo Burgman 125 carburado tinha 12,3 cv e 1,1 kgfm. Ou seja, o novo Burgman i está mais fraco que o anterior, porém o desempenho comedido deve resultar em economia de combustível.
A transmissão automática tipo CVT (transmissão continuamente variável) por correia em "V" continua funcionando bem e passa conforto ao piloto, que não precisa se preocupar com a troca de marcha. É ligar, acelerar e rodar!
Concorrência
O scooter está disponível nas cores preta, prata, vermelha, branca e amarela. Uma de suas principais armas para recuperar espaço é o preço público sugerido de R$ 5.990, abaixo da maioria dos concorrentes. O Honda Lead 110, líder, está tabelado em R$ 6.062. O Yamaha Neo CVT, ano/modelo 2010, sai por R$ 6.459. Somente o Dafra Smart 125 está mais em conta que o novo Suzuki: custa R$ 5.490.
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