Feito para enfeitiçar os europeus, o Toyota C-HR quer conquistar o mundo. O crossover é a grande sensação da marca na Europa atualmente. Trata-se de um feito e tanto para um japonês em território europeu, terra em que os asiáticos nem sempre têm sucesso.
O modelo tem estreia no Brasil prevista para o próximo ano e poderá virar a dor de cabeça da Honda. O plano inicial era vender o C-HR apenas na Europa. Contudo, a boa receptividade sentida nos EUA, que começa agora a vender o modelo - é uma das estrelas do Salão de Detroit (EUA) - e na América Latina fez a Toyota rever sua estratégia.
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Mas o que significam as letras C-HR? Coupe High Rider, expressão em inglês que pretende sugerir que é um cupê no qual você dirige a 1,30 m do chão. Pura bobagem. O modelo é um SUV cujas maçanetas traseiras estão incorporadas nas portas – quase igual ao Honda HR-V.
O estilo é inegavelmente radical e até revolucionário para uma marca geralmente conservadora como a Toyota. Muita criatividade foi reprimida na transição entre o protótipo e o carro de verdade, mas muita ousadia ainda sobrou.
O conservadorismo também ficou do lado de fora da cabine – assim como poderia ter ficado o pequeno relógio digital vindo direto dos anos 1990 que a Toyota insiste em espalhar para vários modelos.
Há muito brilho acontecendo por ali, e as saídas de ar são inclinadas para acompanhar um painel anguloso. Uma de suas virtudes é o espaço decente na frente e – contra as expectativas ao redor de um cupê – também na traseira, embora menos sentidos por conta das minúsculas janelas. Claustrofóbicos devem evitar viajar ali.
E o nosso motor?
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Na Europa, o C-HR será impulsionado por um motor 1.2 turbo, de quatro cilindros e 115 cv, além de um híbrido – que basicamente é o 1.8 do Prius, com quem o SUV divide a plataforma TNGA. Infelizmente, o exemplar que rodará no Brasil não terá esses propulsores, mas provavelmente o 2.0 16V (flex, 153 cv) que embala o Corolla.
O que é uma pena, baseado na nossa experiência com o 1.2 turbo. Este pequeno motor compensa sua relativa falta de poder de fogo com uma saída de torque muito plana – o pico de 18,8 kgfm está disponível já a partir de 1.500 rpm até 4.000 rpm.
A sensação é de fôlego constante, que morre um pouco antes de o conta-giros resvalar nas 5.600 rpm. Ao volante, ele parece ir mais rápido do que os 11,4 s declarados pela marca para acelerar até os 100 km/h. Nessa tarefa, o câmbio manual de seis marchas é um fator importante.
Outro ponto positivo do C-HR é a direção, que embora tenha assistência elétrica, não é artificial. A dirigibilidade não entrega a mesma emoção sugerida pelas linhas da carroceria, mas o SUV garante ao condutor uma quantidade decente de aderência e agilidade quando solicitado.
Ao final dessa experiência, fica uma pontinha de certeza de que o carro deverá vender bem em qualquer mercado. É muito mais ousado do que seus concorrentes e mantém os padrões Toyota de neutralidade e confiabilidade.
Além de surpreender no segmento compacto, deve mudar a visão de quem pensa em um SUV da Toyota mirando para SW4 e RAV4, duas propostas convencionais demais perto de algo que veio para abalar e conquistar boa parte do mundo. Até o Velho Continente.
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