O test drive pode ter duas consequências. Se, por um lado, serve para o motorista conhecer melhor o carro em que está interessado, também é uma forma de o vendedor conquistar o cliente. E, nessa hora, concessionárias podem se utilizar de artimanhas que exigem atenção.
Além disso, também é importante saber o que avaliar no veículos antes de fechar negócio, para não correr o risco de fazer a escolha errada. Assim, separamos algumas dicas para você escapar dessas armadilhas.
Em primeiro lugar, é preciso considerar para que o carro será utilizado. Se a família for grande e tiver o hábito de fazer viagens, ele deve ser capaz de comportar a todos com conforto – e com bagagens.
Mas se for usado apenas por uma pessoa no trajeto para o trabalho ou faculdade, outras características serão prioridade. Tendo tudo isso em mente, na hora do test drive, observe as seguintes recomendações:
Escolha bem o dia de fazer o test drive
Tente ir à concessionária em um dia de semana, quando ela estará vazia. A maioria das pessoas vai durante os fins de semana, e ela estará mais cheia, com uma fila maior de pessoas querendo fazer a avaliação.
Indo em um dia útil, você provavelmente poderá fazer um teste um pouco mais longo, e com mais calma.
Leve outro motorista
Também pode ser interessante levar alguém para ajudar na avaliação. Além dessa pessoa poder observar detalhes que lhe escaparam, vai poder conhecer o espaço no banco traseiro.
Se ela tiver carteira de motorista, peça ao vendedor que lhe deixe dar uma volta no carro também. Isso é ainda mais importante se essa pessoa também for dirigir o veículo no dia a dia.
Desempenho para transportar a família
Outro momento em que o motor pode enganar na hora do test drive é quando o carro está levando apenas o cliente e o vendedor. Nessa situação, ele fica mais leve e pode demonstrar melhor desempenho.
Contudo, quando estiver cheio com a família e as bagagens, a história pode mudar. Pior ainda se estiver em uma subida. E olha que já houve até caso em que o carro não passou nem pela rampa da garagem, mesmo tendo parecido forte durante o test drive.
Por isso, quando for à concessionária, leve outras pessoas com você. Faça sua avaliação com o veículo carregado, simulando quando estiver em uso, na vida real.
Porta-malas comporta toda a bagagem?
Dê uma olhada no porta-malas também e certifique-se de que ele pode acomodar as malas de todos da família se estiver planejando fazer viagens com eles.
Desempenho do motor vai além do “cv”
Mesmo que o motor tenha um número promissor de “cavalos”, o carro pode ser pesado demais, reduzindo o desempenho. Ou, então, essa potência pode aparecer apenas em altas rotações, e ele vai fraquejar em subidas e nas faixas de giro mais baixas.
Assim, é importante passar com o veículo por ruas em aclive para ver se ele dá conta. Se a rota definida pelo vendedor não incluir trechos assim, peça para passar em um.
Também aproveite as paradas em semáforos para uma arrancada mais esperta, quando poderá descobrir se o motor responde rápido, ou se demora a dar conta do recado.
Outra dica é fazer parte do test drive com o ar-condicionado ligado, o que vai exigir mais do motor, mas ocorrerá com frequência no uso cotidiano.
Por fim, se tiver a oportunidade de andar em uma reta com mais velocidade, ultrapasse outro carro para saber como o veículo se comporta nas estradas.
Conforto ao volante é conhecido no test drive
Outra característica do veículo que deve ser observada durante o test drive é o conforto ao dirigir. O carro pode ser adequado a alguns, mas não a outros. Por isso, quando se sentar ao volante, repare se a posição de dirigir é aceitável.
Além disso, observe se o veículo conta com ajuste do volante, que pode ser de altura e de profundidade em alguns modelos. Por fim, a regulagem do volante pode ser um equipamento ou acessório exclusivo de versões mais completas. Portanto, certifique-se de que estará presente na configuração que está pensando em comprar.
Conforto dos passageiros
Além do conforto do motorista, também é importante analisar o dos passageiros, especialmente no banco traseiro. Há espaço suficiente para as pernas? Também é possível que os ocupantes de trás sejam altos demais para o veículo desejado, o que também deve ser avaliado.
Assim, se o carro será utilizado para transportar toda a família, é uma boa ideia levá-la para participar do test drive. Dessa forma, será possível conferir se cabe todo mundo, e também se o motor tem bom desempenho com o carro cheio.
Se tiver filhos pequenos, leve sua cadeirinha infantil para ver se ela cabe no banco traseiro.
Acessórios que equipam a versão do test drive
Também é preciso ficar muito atento aos equipamentos presentes na versão avaliada. Na hora de fechar negócio, a configuração escolhida pode não estar equipada com os mesmos recursos que a usada no teste.
Além dos equipamentos listados em cada versão, procure saber de opcionais instalados. No carro do test drive, podem estar presentes recursos eletrônicos que alteram a direção e não são perceptíveis aos olhos.
Ruído excessivo é fonte de incômodo
Outro detalhe que vale a pena verificar durante o test drive é o nível de ruído emitido pelo motor, e se a cabine proporciona isolamento suficiente dele.
Por isso, na hora do teste, ande com os vidros abertos e fechados e preste atenção ao barulho. Imagine que, se for passar muito tempo dentro do carro, ele pode incomodar muito.
Facilidade de manobras
É fundamental aproveitar o momento da avaliação presencial do carro para conferir se ele é fácil de ser manobrado, já que a operação é um dos maiores desafios no cotidiano do motorista.
Para tanto, observe duas coisas: se o carro oferece boa visibilidade de obstáculos ao entorno, e se as rodas dianteiras têm ângulo de giro suficiente para fazer uma curva apertada.
Se elas tiverem movimento lateral limitado, esse será um veículo que vai exigir muitas “viradas” de volante na hora de entrar naquela vaga apertada – que pode ser a da sua garagem. Uma boa ideia é fazer ao menos uma baliza com o carro durante o test drive.
Test drive deve ter trânsito pesado
Se você vive em uma cidade grande, infelizmente, passará a maior parte de seu tempo com o carro preso em engarrafamentos. Por isso, não há hora melhor para descobrir se ele te agrada. Se o percurso do test drive não incluir locais movimentados, peça ao vendedor para incluir um.
Nessa hora, observe o desempenho da transmissão com o “para-e-anda”, seja ela manual ou automática.
Suspensão dá conta das ruas “brasileiras”?
Além de levar o carro para conhecer subidas, tente levá-lo também para rodar em ruas esburacadas. Assim será possível perceber se a suspensão é macia o suficiente para manter o nível de conforto na hora de enfrentar os buracos, tão comuns nas ruas brasileiras.
Se o roteiro da avaliação da concessionária não incluir uma rua assim, peça ao vendedor para indicar uma nas proximidades.
Nos quebra-molas, observe se o veículo raspa no asfalto. Se isso ocorrer, será um problema recorrente e que também se manifestará em rampas de estacionamento.
Qualidade do acabamento
Também é bom aproveitar o momento para avaliar a qualidade do acabamento do carro. Toque nos materiais dentro da cabine, e aperte os plásticos, próximos aos encaixes, para saber se estão firmes.
Abra porta-luvas, quebra-sol e outros compartimentos para ver se funcionam corretamente. Da mesma forma, aperte botões do painel e tente perceber se estão bem montados na estrutura.
Abra e feche todas as portas, incluindo a tampa do porta-malas, e confira se o fechamento é fácil e se o ângulo de abertura é adequado.
Depois de comprar o carro, cheque tudo
E aqui vai uma última dica: depois que tiver feito sua escolha e for à concessionária buscar seu carro novo, cheque tudo que puder: se estão presentes todos os acessórios da versão, se há arranhões na pintura, se os pneus são de marca conhecida e de fácil reposição, inclusive o estepe, que deve ser do mesmo fabricante que os demais, se o alarme está funcionando, assim como lâmpadas, travas, central multimídia, e tudo mais.
Confira a lista completa do que checar em um carro novo. Caso contrário, depois de faturado, não será mais possível trocar o veículo por outro – a não ser pela via judicial, no caso de defeitos muito sérios – e as falhas serão corrigidas na oficina da concessionária.
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