Desde 2001, 2,8 milhões de veículos saíram com defeito das montadoras no Brasil e precisaram passar por algum tipo de recall (convocação para conserto gratuito), segundo dados do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça. O problema é que muitos proprietários acabam deixando de atender aos chamados e esses carros continuam a circular com avarias, com risco sério de acidentes.
Não há dados oficiais de quantos donos de automóveis não responderam às convocações, mas um levantamento feito por Rodolfo Alberto Rizzotto, autor do livro "Recall Quatro Milhões de Carros com Defeito de Fábrica" e editor do site (www.estradas.com.br), aponta que cerca de 2,5 milhões de veículos rodam com os mais diversos defeitos desde 1996, apesar de terem sido incluídos em recalls. Segundo ele, aproximadamente 50% dos motoristas deixam de atender aos chamados dos fabricantes.
Assim que é verificado um defeito em série, a montadora é responsabilizada por informar seus consumidores a respeito do problema e das possíveis conseqüências. A notícia é veiculada em jornais e canais de televisão, além de ser enviada por correspondência aos proprietários dos carros. As trocas de componentes são feitas pela rede de concessionárias autorizadas, sem custos aos condutores.
Cláudia Silvano, advogada e responsável pelo setor de atendimento do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PR), acredita que muitos motoristas deixam de atender aos recalls por não lerem toda correspondência com atenção. "Alguns até lêem, mas não dão a importância devida. Não tomam conhecimento da necessidade de consertar os defeitos apontados", diz.
Segundo o DPDC do Ministério da Justiça, dada a importância do recall para a segurança dos consumidores, após as divulgações, as montadoras devem realizar levantamentos periódicos para que seja verificada a eficácia das medidas adotadas. Não havendo retorno dos motoristas ao chamado, cabe ao fabricante adotar novo recall, além de buscar outras formas que possam realmente alcançar os consumidores. Ainda segundo o DPDC, enquanto houver no mercado carros que apresentem os problemas que levaram ao chamamento, a montadora será responsável por seu pronto reparo, ainda que a campanha estipule um prazo para seu encerramento.
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Serviço: mais informações sobre os modelos e chassis que foram chamados pelas montadoras podem ser encontradas no site (www.mj.gov.br/dpdc).
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