Um carro customizado ou tunado nunca fica completo se não ganhar um apelido. E de preferência que traduza o espírito e o visual do carro. O Ford 1932 do empresário Ariel Valaski, 39 anos, de São José dos Pinhais, não foge à regra. Assim que recebeu as cores branca e preta sobre a carroceria foi batizado com o nome de "pingüim".
Apesar da referência à ave marinha, que vive nas regiões mais frias do planeta, o veículo é pra lá de quente. Primeiro por se tratar de um belo exemplar hot rod, cuja tradução seria algo como "carro para pista quente". Os hots são modelos clássicos, que recebem motores potentes e modernos, geralmente alterados e/ ou transformados ao gosto do dono, além de uma pintura especial em preto e branco conhecida como flame.
A escolha das cores não foi por acaso. Valaski tem predileção pelo branco e o preto. "Meu carro do dia-dia e os da minha firma são ou numa cor ou na outra. No caso do Ford, a idéia era dar um visual black-tie (estilo de traje a rigor), que esbanjasse elegância tanto de dia quanto à noite", explica o empresário, que no projeto de restauração contou com a ajuda de Sérgio Liebel, dono da oficina Hot & Husty, de Curitiba. "Quando um amigo viu o carro pronto, logo o comparou a um pingüim. Tava aí o nome".
Cirurgia
Durante um ano de trabalho, o fordeco de Valaski submeteu-se a uma "cirurgia" completa. Adotou o estilo mal-encarado, reforçado pelo rebaixamento do teto cerca de 8 cm. "As janelas são originais, mas foram retrabalhadas para deixar o carro com uma aparência mais moderna", destaca. Os pára-choques deram lugar a duas picaretas cromadas e o pára-brisa recebeu um sistema de abertura. As rodas da American Racing no aro 17" completam o visual externo.
O interior é um convite à criatividade. Ao entrar no "pingüim" salta aos olhos a inscrição V8, feita em alto relevo, no teto revestido por nobuck um indício do que está escondido debaixo do capô. O painel levou acabamento em fibra de vidro preta, enquanto o prateado predomina no volante, na coluna de direção, nas pedaleiras e no espaço reservado aos relógios medidores.
O toque final se localiza junto à alavanca de câmbio. Trata-se de um pequeno painel que indica em qual marcha o carro está. "É um sistema muito utilizado no hot americano", observa Sérgio Liebel.
Motor
No coração do flamejante Pingüim bate um V8 a gasolina preparado para gerar perto de 300 cavalos. Os pistões foram forjados visando melhorar a performance do clássico, porém as bielas continuaram originais. O carburador é um Edelbrock Quadrijet de 650 cfms. "A taxa de compressão está regulada em 10:1", salienta o projetista. O motor recebeu ainda distribuidor eletrônico da Mallory, coletor de admissão e filtro de ar, ambos da Edelbrock.
Na parte mecânica do Ford, somente o chassi se manteve de fábrica. A caixa de câmbio é uma C4 automática e o diferencial veio emprestado do Maverick. A suspensão dianteira é formada por um sistema com eixo rígido e foi rebaixada em 10 cm. Já a traseira ganhou sistema do tipo four links.
Apesar de possuir na garagem outras relíquias como um Ford 37 e um Chevrolet 53, o colecionador diz que o "pingüim" virou seu exemplar predileto. "Percebo que o veículo atrai as pessoas, da criança ao mais idoso. Eles não vêem como um ícone de valor, que custou caro, mas como um produto que lhe dá satisfação ao olhar", conclui o orgulhoso proprietário.
Ficha técnica
Motor Ford 302 V8Potência 300 cvCarburador Eldebrock de 650 cfmsDistribuidor eletrônico MalloryCâmbio automático C4
Diferencial do Maverick
Suspensão dianteira de eixo rígido e traseira four linksFreio a discoRodas American Racing aro 17"Pneus Goodyear 205/50/17 (diant.) e 225/55/17 (tras.)Relógios Autometer Volante e pedaleiras Billet Specialties
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