A reunião de proprietários de carros antigos em locais públicos virou uma mania nacional. Freqüentemente praças, estacionamentos de supermercados e shoppings viram parada obrigatória de veículos restaurados e customizados. Encontros promovidos por clubes têm como objetivo, além da troca de conhecimentos, mostrar aos entusiastas do antigomobilismo relíquias do passado e obras-primas em personalização.

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Foi numa dessas reuniões que o funcionário público Celso Luiz, de 49 anos, morador no bairro Ahú, em Curitiba, se deparou com um velho sonho de criança. Apaixonado pelo estilo hot road, sempre teve vontade de ter um na garagem, "mas comprar um pronto custava caro". Os hots são modelos que mesclam carrocerias de carros antigos com mecânica moderna, geralmente motores V8 com muitos cromados, além de pinturas chamativas.

Luiz não pensou duas vezes ao se deparar há três anos com um Ford 1937, ainda em processo de restauração, que estava à venda. "O preço era mais acessível, pois não trazia motor, nas a lataria estava boa", lembra o funcionário público.

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Durante dois anos e meio, Luiz reformou o sedã duas portas a seu gosto com ajuda de especialistas. Na oficinal Hot & Rusty, de Sérgio Liebel, colocou um motor V8 302, acompanhado de pistões de 0,5 polegada, comando de válvula de 278°, carburador bijet e coletor de admissão original. "Em breve trocarei por um carburador quadrijet e um coletor em alumínio da Edelbrock", revela. As mudanças levaram o hot a desenvolver cerca de 270 cavalos.

A grande vedete do hot viria em seguida: uma pintura exclusiva, que literalmente pára o trânsito por onde passa. Não bastasse a apimentada cor laranja, foi adicionado um tempero em forma de labaredas de fogo por toda a lateral do veículo – técnica de pintura conhecida como "flame", que levou a assinatura de Gustavo Telles, o Guga. Por fora, o carro se completa com rodas da Billet Specialties de aro 17 polegadas, calçadas com pneus Continental 205/50 R17 na dianteira e 225/50 R17 na traseira.

A agressividade externa dá lugar ao clássico quando se entra no Ford 37. O volante e os marcadores de temperatura da água e pressão do óleo, voltímetro e velocímetro são originais, apenas restaurados. O rádio também é de fábrica e chama a atenção por ser em formato de velocímetro – o dial é estilizado na inscrição V8. Bancos e revestimentos de porta receberam acabamento em couro na cor creme, confeccionados pela Polaco Estofamentos.

Luiz não chega a ser um colecionador, pois só possui este exemplar. O filho único, porém, é um raro modelo Slantback e que faz muito sucesso pelas ruas de Curitiba. "O assédio é muito grande. Tenho o maior prazer em conversar sobre o carro, pois um dia também já fui um curioso de hots", finaliza.

Serviço: Encontro de hot rod às quintas-feiras, das 20h às 23h, no estacionamento do Tribunal de Contas, no Centro Cívico. Mais informações no site (www.curitibaroadsters.com.br).

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