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Com 28 metros de comprimento e capacidade para 250 passageiros, o Ligeirão é considerado o maior ônibus do mundo | Antônio More/ Gazeta do Povo
Com 28 metros de comprimento e capacidade para 250 passageiros, o Ligeirão é considerado o maior ônibus do mundo| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Duas marcas

No Brasil, cada ônibus leva o nome de dois fabricantes diferentes, aquele que produz a base mecânica (motor e longarina) e outro que monta a "parte visível" do veículo, chaparia (laterais, frente, teto e traseira) e interior (bancos e sanitários). O biarticulado de Curitiba, por exemplo, tem o chassi desenvolvido pela Volvo e é encarroçado por três diferentes marcas: Neobus, Caio e Marcopolo.

Da nostálgica jardineira ao imponente biarticulado, e entre eles uma história de modernização. Este é o enredo que descreve a trajetória do transporte coletivo no Brasil. Quem utiliza o ônibus como meio de locomoção para ir ao trabalho, à escola ou em viagens de passeio talvez não perceba a importância desse veículo no dia-a-dia das pessoas. E nem imagina o quanto ele evoluiu da década de 1960 para cá.

Uma ótima oportunidade para constatar essa transformação é a Exponi100 – Exposição de Ônibus Novos e Antigos, que ocorre neste sábado, na Holding Grupo Bacacheri (antiga garagem da Transpen), em Curitiba, das 11 horas às 16h30. O evento, que está na sexta edição, exibirá cerca de 60 veículos, desde as famosas jardineiras, que mesclavam carroceria em chapa e madeira, aos modernos modelos de dois andares, comuns no segmento de turismo e que oferecem confortos como bancos leitos, tevês e sala de jogos. Ha­­verá ainda unidades que são adaptadas como local de comércio de artesanato, roupas, obras de arte e mesmo academia de ginástica.

A Exponi surgiu em 2004 e foi criada pela Omnibus do Brasil, instituição fundada na década de 1990 em Curitiba com o propósito de preservar a memória do transporte por ônibus. Ela reúne as principais em­­presas do setor no Paraná, Santa Ca­­tarina e São Paulo, que cedem seus veículos para que os visitantes possam conhecer as tendências tecnológicas dos últimos lançamentos, ou ainda recordar os pioneiros no transporte coletivo no país.

Segundo Osvaldo Teodoro Born, um dos idealizadores da mostra, a iniciativa não tem foco comercial mas sim oferecer a oportunidade de comparar os veículos de diversas idades e perceber a evolução no segmento, além de promover a visão mais positiva sobre o transporte coletivo e a sua funcionalidade, especialmente nos grandes centros onde há intenso fluxo de carros. "O transporte de passageiros é sempre visto em demérito do transporte individual", salienta.

Raridade

Quem comparecer à exposição poderá conferir algumas raridades, como o Marcopolo Veneza Mercedes Benz 1978, de Joinville. O modelo ope­­rou na cidade catarinense de 1978 a 1990 e é da época em que cada empresa do transporte urbano tinha sua identidade visual na pintura da carroceria – hoje as cores são padronizadas. Outro veterano é o Nimbus TR 1975, chassi Mercedes Benz, da Viação Colombo. A nomenclatura TR vem de Teto Reto, uma novidade na época, já que na maioria dos ônibus da década de 1960 e começo de 1970 era arredondada, ainda como uma marca do design automobilístico.

A Viação Garcia, de Londrina, levará o modelo Cobrasma Trinox de 1980. O veículo era totalmente de aço inoxidável e teve poucas unidades produzidas. Outro destaque da empresa é ônibus rosa alusivo à campanha mundial contra o câncer de mama.

No setor de transporte urbano, a atração é o recém-lançado Mega BRT, mais conhecido em Curitiba como Ligeirão. Com 28 metros de comprimento, 2,5 metros de largura e capacidade para 250 passageiros, é considerado o maior ônibus do mundo. Atualmente opera nas linhas Pinheirinho-Carlos Gomes e Boqueirão.

Nessa área, destaque ainda para os modelos com tecnologias que incluem motores eletrônicos (diminuindo a emissão de poluentes) e elevadores para cadeirantes. "Curitiba foi uma das pioneiras na acessibilidade e antecipou a legislação que no fim de 2008 passou a exigir que os veículos urbanos tenham elevadores já de fábrica", afirma Born. A capital paranaense também foi a primeira no mundo a utilizar comercialmente os modelos de duas articulações, com 25 metros de comprimento.

Os ônibus Double-Decker, de dois andares, também devem atrair os olhares. Além do visual imponente, oferecem o máximo de conforto. "Os ônibus de turismo, por exemplo, possuem comodidade superior ao da maioria dos aviões. Pouca gente sabe disso antes de viajar em um deles", reforça Born.

Para curtir a exposição basta levar 2 quilos de alimentos não perecíveis. A participação de empresas e colecionadores interessados em expor seus veículos é gratuita. Confira o mapa de acesso e as linhas de ônibus da capital que levam ao local no site www.omnibus.com.br.

Serviço:

Exponi100 – Exposição de Ônibus Novos e Antigos. Data:19/11/2011. Horário: 11 às 16h30. Local: Holding Grupo Bacacheri (antiga garagem da Traspen). Rua Amadeu Assao Yassim, 380. Bairro Bacacheri, em Curitiba. Entrada: 2 quilos de alimento.

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