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O primeiro jogo foi uma verdadeira "guerra", mas o Paraná saiu vitorioso com o convincente placar de 2 a 0 | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
O primeiro jogo foi uma verdadeira "guerra", mas o Paraná saiu vitorioso com o convincente placar de 2 a 0| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Imagine uma Mercedes-Benz 170 S, ano 1950, com rodas de liga leve, painel em acrílico e leds azuis iluminando o interior. Para os adeptos do antigomobilismo seria o mesmo que visualizar um senhor de 57 anos usando piercing na língua, alargador de orelha e corte de cabelo estilo moicano. Certamente causaria estranheza e até calafrios.

Mas, para quem curte transformação de carro, o clássico alemão na versão tunada é de arrancar elogios. Tanto que foi eleito o exemplar mais bonito do Salão de Acessórios 2007, realizado entre os dias 29 de março e 2 de abril, em São Paulo.

O responsável por envenenar a Mercedes é Francisco Eufrázio da Silva, de 31 anos, um nordestino que saiu de Coremas, interior da Paraíba, há 16 anos, para buscar a sorte em São Paulo. Ele teve o primeiro contato com a veículo quando foi trabalhar de caseiro na residência do proprietário deste mesmo carro. O emigrante não tinha a menor experiência em customização, ao contrário do patrão que era um apaixonado por modificações de carros e acabou ensinando as técnicas ao paraibano. "A idéia de tunar a Mercedes veio do meu patrão. Ele entrou com a teoria e eu com a prática", conta.

Uma oficina de restauração foi improvisada na casa onde ele trabalha até hoje. Durante quatro anos de serviço, o modelo 170 S recebeu um carinho artesanal. E não foi uma transformação qualquer. Ganhou um acabamento à altura do charmoso Mercedes – um trabalho em acrílico que se espalha por todo o carro e o deixa com um visual "transparente".

Do painel às câmeras fixadas na coluna entre as portas, passando pelas lanternas traseiras e faróis auxiliares até chegar em detalhes do motor. "Tive o cuidado de lapidar o material em 45 graus para que tivesse efeito de espelho", explica o autor. O toque especial se localiza na ponta do capô: uma águia em cristal que paira reluzente onde antes ficava a estrela prateada da marca alemã.

O resultado é uma mistura entre o design nostálgico de um veículo cinquentão com o ar futurístico das peças em acrílico. "É uma viagem ao passado e ao futuro no mesmo carro", ressalta Eufrázio.

Sensação esta reforçada pelos leds azuis que iluminam o painel, formado pelo volante ainda original e quadro de instrumentos no melhor estilo tuning. O porta-luvas recebeu pequenas luzes brilhantes que, no fundo preto, simbolizam um céu estrelado. Não faltaram nem as tradicionais telas de DVD – três no total –, posicionadas logo acima da pára-brisa.

Estrutura reforçada

O aço inox também foi outra matéria-prima empregada no projeto da "nova" Mercedes. O componente está presente na estrutura do teto, que ganhou apoios em madeira no formato tribal e com fundo em neon azul, para suportar o peso da liga de ferro; nas portas, que chamam a atenção pela abertura ao inverso estilo "suicida"; no console, cujos detalhes trabalhados remetem ao acabamento de carros luxuosos; e no porta-malas.

Aliás, esse compartimento é um convite à originalidade. A superfície em aço escovado brilha no tom azul, refletindo os leds alinhados embaixo e no alto do porta-malas. Uma gaveta esconde o pneu estepe e divide o espaço em dois níveis de altura. Dois módulos e um subwoofer, camuflado por uma capa em aço com a estrela da Mercedes-Benz ao centro, completam o porta-malas.

Para empurrar estes 2 mil quilos de criatividade, o autor do trabalho optou por colocar o motor 2.0 do VW Santana. O sistema de suspensão continuou original, mas foi adicionado freio a discos nas rodas aro 18 para garantir maior segurança na frenagem do pesado veículo.

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