Com 72 anos de vida, o Fusca continua a ter uma legião de fãs por todo o mundo e não poderia ser diferente no Brasil. É uma relação emotiva que une os proprietários do pequeno "besouro" aos seus automóveis. Eles admitem que o modelo talvez perca nos quesitos conforto e potência do motor, mas não trocam seus carrinhos por nada. Sem dizer que o Volkswagen Sedan, como era chamado quando foi lançado no país, agrada a todas as gerações, apesar de ter sido criado na década de 30 e ter mantido suas linhas até o fim de sua fabricação, em 2003. A jornalista Helena Santana, 24 anos, tem uma relação de carinho enorme com seu Fusca alaranjado 1975. "O que eu gosto mais é o fato de dirigir um carro que existe há mais tempo que eu. A gente aprende a valorizar isso", diz ela, lembrando que atualmente a maioria das pessoas não se preocupa em aumentar a vida útil de seu carro. Helena também afirma que o carro é tão clássico que parece eterno. "Ele é muito simpático com suas formas arredondadas e soluções simples", acrescenta.
O empresário Antônio Augusto De Mari, 41 anos, compartilha do mesmo gosto. "Sou apaixonado por Fusca, pelas linhas que continuam bonitas, pelo motor, pela história e por não dar manutenção", diz ele. Já teve cinco modelos diferentes e atualmente está com um 1968, que no seu entender é o mais bonito por ser retrô. De Mari também tem um jipe Suzuki e uma Mercedes-Benz. "Mas sempre que vou num lugar legal com minha namorada, vou de Fusca", conta.
Singular
Para o gerente de vendas Marcelo Moura de Oliveira, 39 anos, dirigir um VW Sedan é um prazer singular. "Ele é duro na suspensão, não é confortável, mas traz muito prazer", defende. Ele também destaca o estilo original do modelo alemão. "Nunca vi nada igual ao seu design até hoje. Sempre manteve o arredondado, enquanto os carros de hoje mudam de maneira quase total em pouco tempo", diz. O prazer que Oliveira tem ao dirigir se estende à manutenção de seu Fusca 53 (modelo oval, fabricado na Alemanha e montado no Brasil) e à busca de peças originais. Inclusive ele tem um projeto mais amplo de adquirir diversos carros iguais ou derivados dele (VW 1.600, Variant e Brasília) nos próximos dez anos. "Tenho uma preferência pelo Fusca, que tem um jeito todo especial. Se formos observar, apesar do fim da fabricação, as crianças o conhecem, muitas famílias iam e vinham neste automóvel e muitos aprenderam a dirigir nele", diz Oliveira.
Desde o começo do ano, quando comprou seu Fusca 53, Oliveira iniciou a filmagem de todo o processo de restauração buscando o máximo de originalidade nas peças. Ele diz que imaginou que seria mais fácil, mas com o auxílio da internet e dos colegas do Clube Amigos do Volks ele está encontrando o material.
Atualmente o carro está nas cores preto e bege, numa composição chamada de "saia e blusa", bastante utilizada pelos norte-americanos na década de 50. No entanto, sua cor original é preta, como deverá voltar a ser em breve. Depois que todas as peças forem garimpadas, a reforma deve ser iniciada em dezembro.
Versátil
O administrador João Olíveo Ewert, 27, também tem laços afetivos com o Fusca. "Desde pequeno meu avô e minha avó tinham este carro. Tive um, ano 66, de 2000 a 2001, e nunca mais quis trocar", recorda-se. Segundo ele, o Fusca é um carro versátil, bom, econômico, que chama a atenção e todo mundo gosta. Atualmente, ele possui um modelo 1961 e anda "para todo lado, sem dor de cabeça".
Uma curiosidade do seu automóvel, que ele incorporou para mostrar aos mais novos, é a manivela de arranque que era original dos Fuscas fabricados até 1949. "Com o frio da Alemanha, havia queda da carga da bateria e era necessário substituir o motor de arranque pela própria força", explica. Seu carro funciona também sem a manivela, mas está preparado caso falte a bateria.
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