Era questão de tempo para que a Volkswagen aposentasse o Golf 2.0 GTI no Brasil, após descontinuar as versões convencionais 1.0 e 1.4, ambas turbos. E esse dia chegou.
A marca anunciou que a produção do hatch esportivo já foi encerrada há dois meses na fábrica de São José dos Pinhais (PR), abrindo de vez espaço para a utilitário compacto T-Cross, que veio para derrubar ainda mais a procura pelo hatch médio da VW.
Segundo a marca, há estoque suficiente para atender a demanda nos próximos meses e dar tempo para a estreia do Golf híbrido GTE em novembro, que virá importado da Alemanha e ocupará o espaço do GTI.
No entanto, a reportagem consultou lojas da Volks e constatou que há pouquíssimas unidades e, em algumas delas, já está em falta. Apesar do preço sugerido de R$ 151.300, foi possível negociar na faixa de R$ 145 mil.
A versão apimentada do carro é equipada com motor 2.0 TSI, de 230 cv e 35,7 kgfm de torque, disponível a 1.500 rpm. Números capazes de levá-lo de 0 a 100 km/h em 6,3 segundos.
25 anos de Brasil
O Golf GTI estreou no mercado nacional em 1994, já na terceira geração, importado do México. Trazia o mesmo motor 2.0 da versão GLX, com uma performance aquém da sigla que ostentava.
O Golf começou a ser feito em São José dos Pinhais a partir da quarta geração, de 1999 a 2014. Desta vez a configuração GTI carregava o propulsor 1.8 turbo, com potências que variavam entre 150 cv e 180 cv - mesmo conjunto do Passat e do Audi A3.
Era uma carro "padrão europeu", com recursos praticamente inéditos no mercado brasileiro.
Durante este período, em 2008, a Volks promoveu uma reestilização polêmica, que ficou conhecida por "geração 4,5" (foto acima). O motor 1.8 turbo foi atualizado para render 193 cv com gasolina, o que fez do GTI o carro mais potente fabricado no Brasil - superando por apenas 1 cv o Honda Civic Si. A produção do esportivo durou até 2009.
A quinta e sexta gerações do Golf não vieram para o Brasil e somente na sétima (foto acima) é que o modelo nacional se alinhou ao europeu, isso em 2013. E é o que está à venda até então.
A oitava geração já foi flagrada em testes lá fora (imagem abaixo divulgada pelo site Carscoops) e a Volks sinalizou que pode importá-lo como um carro de nicho.
Golf GTE faz 66 km/l
Por enquanto a saga do Golf no Brasil será mantida pelo GTE, versão híbrida do tipo plug-in, que pode ser recarregado na tomada e rodar no modo elétrico por mais tempo.
A novidade que chega no fim do ano certamente custará bem mais que os R$ 151 mil pedidos pelo GTI. Ele combina o motor 1.4 turbo, de 150 cv, a um elétrico, que, juntos, rendem 204 cv e 35,7 kgfm. A aceleração de zero a 100 km/h acontece em 7,6 segundos, 1s acima do GTI.
O GTE tem uma média de consumo de 22 km/l com gasolina, mas pode alcançar os 66 km/l na cidade usando alternadamente o propulsor elétrico e a combustão, segundo dados da VW e com gasolina pura - resta saber como se sairá com a nossa gasolina misturada com etanol.
Apenas no "modo verde", com emissão zero de poluentes, a autonomia é de 50 km percorridos.
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