A Volkswagen do Brasil divulgou na segunda-feira, 4, que, após vários testes internos, constatou que o utilitário Amarok a diesel vendido no país “atende plenamente aos limites de emissões estabelecidos por lei, sem prejuízo ao meio ambiente”.
Segundo a empresa, o software que fraudou a emissão de poluentes em milhares de carros nos Estados Unidos não está ativo nos modelos vendidos localmente, importados da Argentina. Mesmo assim, a montadora informou que realizará, nos próximos meses, recall de 17.057 unidades da Amarok ano-modelo 2011 e parte de 2012 para remover o dispositivo.
Os resultados dos novos testes e a proposta de recall foram enviados a órgãos competentes no país, como o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) para validar a campanha de convocações desses veículos.
A Volkswagen também usará os laudos para tentar suspender as multas de R$ 50 milhões (aplicada pelo Ibama) e de R$ 8,5 milhões (do Procon-SP). A empresa já contestava as multas na Justiça desde o fim do ano passado, quando foram aplicadas.
Nesta segunda-feira, 4, a associação de consumidores Proteste enviou ofício à Volkswagen e ao Ministério Público cobrando a extensão ao Brasil do acordo firmado pela empresa nos EUA pelos danos causados pela fraude de emissões.
Na semana passada, a montadora concordou em pagar US$ 15 bilhões aos proprietários dos modelos a diesel. O valor será usado na recompra dos veículos com os preços de antes do escândalo se tornar público, em setembro, e para cobrir indenização de US$ 10 mil para cada proprietário. Os cerca de 11 milhões de veículos passarão por recall.
O escândalo, conhecido como “dieselgate”, consistia em fraudar, por meio de um software, os dados de emissões dos veículos durante testes. Segundo denúncias, os carros emitiam 40% mais gases nocivos do que o indicado.
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