O professor Uziel Santana, coordenador do curso que contou com a presença do juiz Sérgio Moro na Universidade de Coimbra, contesta a informação de que o condutor da Lava Jato tenha sido alvo de um protesto público na cidade portuguesa. Segundo Santana, as manifestações contrárias a Moro se resumiram a pichações em muros da universidade. O professor aponta que a ação não chegou a interferir na rotina do curso e não foi notada pelos participantes, e sequer noticiada pela imprensa local.
“Na realidade, não houve manifestação com presença de pessoas. Isso é inverídico. O que houve foi pichação, depredação do patrimônio histórico da universidade em alguns locais, e não se sabe ao certo quem são os autores”, disse Santana, em entrevista exclusiva ao blog A Protagonista.
As pichações foram identificadas na segunda-feira (4), dia em que Moro fez sua apresentação. Os dizeres traziam mensagens como “Vândalo é o $érgio Moro”, “A justiça é cega para os crimes de $érgio Moro” e “Bolsomoro”. Até o momento, não foram identificados os responsáveis pelas pichações.
Duas instituições de brasileiros em Coimbra haviam divulgado cartas abertas de críticas à presença de Moro na cidade. A Esquerda Brasileira em Coimbra (EBRAC) disse que Moro “tem negligenciado preceitos constitucionais e liberdades básicas às/aos acusadxs tanto no Brasil como na Europa”, e a Associação dos Pesquisadores e Estudantes Brasileiros em Coimbra (Apeb), manifestou “sua perplexidade com a escolha desse personagem para participar no evento que trate de tais temáticas na qualidade de conferencista”.
Santana criticou o posicionamento das instituições. Ele citou que Moro é, além de juiz, personalidade do meio acadêmico e referência em temas debatidos no curso, como transparência, compliance e combate à corrupção.
“A gente lamenta que essas associações dizem que têm perplexidade em se trazer um professor com mestrado e doutorado na área de direito para proferir uma conferência numa universidade e, ao mesmo tempo, não lançam uma nota condenando veementemente este ato contra o patrimônio público”, declarou, em referência às pichações. A Universidade de Coimbra é uma das mais tradicionais da Europa.
O curso tem o nome de “Advanced Studies Program: Transparência, Accountability, Compliance, Boa Governança e Princípio Anticorrupção” e foi realizado em sete módulos – o de Coimbra é o último e o único que não ocorreu em Recife (PE). O corpo docente contou com especialistas brasileiros e também de Portugal, da Suíça e dos Estados Unidos. O ex-Secretário Executivo da Presidência da República durante o governo Dilma, Beto Vasconcelos, esteve entre os palestrantes.
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