O professor de segurança de dados da Universidade de Brasília (UnB) Pedro Rezende afirma que, embora a “auditoria em tempo real” das urnas eletrônicas consiga inibir ataques ao sistema, a proposta não garante a segurança das eleições.
A ideia foi revelada na quinta-feira (8) pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux, durante café da manhã com a imprensa. Fux e Rezende se encontraram duas vezes em janeiro para discutir novas medidas de segurança. Defensor do voto impresso, o professor sustenta que, hoje, o sistema de votação está sujeito a ataques que poderiam comprometer o resultado das eleições.
A auditoria, ainda não regulamentada, propõe que uma amostra das urnas eletrônicas seja submetida a um teste extra de segurança uma hora antes do início da votação — já que, hoje, a última verificação do sistema ocorre antes da lacração das urnas, há um mês das eleições.
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Segundo Rezende, com a inserção da biometria, a votação paralela — uma das medidas de segurança adotadas pela Justiça Eleitoral — não garante que o sistema esteja livre de invasores. Se, antes da biometria, o software invasor não conseguia saber se a identificação do eleitor era simulada, agora, o programa pode detectar quando a urna eletrônica está submetida à votação teste.
Rezende afirma ainda que, com a implementação gradual do voto impresso — sugeria pelo TSE—, o software invasor poderia poupar as urnas programadas para impressão do voto e atacar apenas as demais urnas eletrônicas.
Para o professor, diferentemente do votação impressa, a auditoria proposta por Fux fará com que o eleitor continue dependente da avaliação técnica de peritos. “O que a lei [do voto impresso] quer é dar alguma garantia ao eleitor de que ele pode confiar na urna eletrônica por conta própria, sem precisar confiar na palavra de especialistas”, diz. Em entrevista à Gazeta do Povo, ele defende que imprimir o voto em 100% das urnas é a única medida capaz de assegurar a transparência das eleições.
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