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(Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
(Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)| Foto:

O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) afirma que excluiu sua conta no Twitter por causa dos xingamentos que recebeu na Internet após caluniar a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL). Líder da bancada da bala na Câmara dos Deputados, Fraga excluiu seu perfil no domingo (18), dois dias depois de publicar informações falsas sobre a parlamentar, executada no centro do Rio de Janeiro na quarta-feira (14). “Eu exclui [o perfil no Twitter] temporariamente por causa dos xingamentos que, digamos assim, foram muito contundentes. Hoje mesmo minha conta deverá voltar ao ar”, declarou.

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O PSOL promete encaminhar uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o parlamentar ainda na terça-feira (19). O deputado diz, no entanto, que está seguro de que irá se livrar do processo. “Se eu quebrei o decoro parlamentar, quem vai dizer é o Conselho de Ética. Eu confio nos meus pares. Eles conhecem a minha vida dentro desta Casa. Eu nunca destratei, agredi ou ameacei alguém. Todo mundo sabe disso, inclusive deputados do PSOL.”

Fraga afirma que apagou o post calunioso antes de excluir seu perfil por recomendação do presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato ao Planalto pelo DEM, Rodrigo Maia. “Eu, na verdade, atendi a um pedido do Rodrigo [Maia] para não polemizar. Ele me disse: ‘Fraga, você é mais importante no plenário, você é relator de uma matéria importante. Tira isso…’ Aí eu tirei, mas não com medo de eles me xingarem.” Fraga é relator do projeto de lei que cria o Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

No sábado (17), o deputado chegou a publicar que excluíra o post sobre Marielle Franco porque tinha “uma missão mais importante do que ficar discutindo e brigando com pessoas que não comungam” com seus pensamentos. “Esse assunto já gerou muita polêmica! Vamos deixar a Polícia trabalhar e, com certeza, essas acusações, de ambos os lados, serão sanadas. Como prova, vou retirar o post”, escreveu.

Notícias falsas

Fraga argumenta que recebeu as informações falsas de que Marielle Franco havia engravidado aos 16 anos, fora casada com um traficante e se elegera com apoio de uma facção criminosa por correntes de WhatsApp. O deputado alega que não checou as informações e que acabou influenciado pelo post da desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Marília Castro Neves, que, na véspera, havia escrito no Facebook que a vereadora “estava engajada com bandidos”.

“Eu devo ter, no meu telefone, em torno de 400 a 500 grupos [de WhatsApp]. É uma avalanche de coisas. São muitas informações chegando. Eu, realmente, não chequei as informações e estava inconformado com as informações precipitadas contra a Polícia Militar”, alega.

Além da representação contra Alberto Fraga, o PSOL vai denunciar a desembargadora Marilia Castro Neves ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em nota, o partido afirma que “de forma absolutamente irresponsável, a desembargadora entrou na ‘narrativa’ que vem sido feita nas redes sociais para desconstruir a imagem de Marielle, do PSOL e da luta pelos direitos humanos”. No domingo, o governo de Pernambuco resolveu afastar do cargo o delegado da Delegacia da Mulher, Jorge Ferreira, que também publicou informações falsas sobre a vereadora.

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