Referência no mercado de entretenimento do Sul do País, o empresário Carlos “Jeje” Civitate atua com produção de eventos desde 1999. Atualmente, é sócio e dirige quatro empresas: Alô Ingressos (especializada na venda online de entradas para eventos), Club Vibe (um dos mais tradicionais da região e eleito pela Veja Curitiba como o melhor lugar para se dançar na cidade), Warung Beach Club (premiado como um dos melhores do mundo), T2 Eventos (produtora) e do Bar +55 em Curitiba. Com esta última, realiza festivais de grande porte como XXXPerience, Tribe, Union, Kaballa e Tribaltech. Traz no currículo ainda shows de artistas como The Prodigy e Circo Imperial da China. A ligação de Jeje com a cultura contemporânea jovem vem desde os anos 90, quando foi fundador e dirigiu a marca de streetwear Psico Street. A experiência acumulada nestes anos de trabalho compreende desde clubs e bares até grandes eventos com público superior a 20 mil pessoas.
Dan Polastri – Jeje, você está envolvido na cena eletrônica já a bastante tempo. Já produziu vários eventos como a Tribaltech, XXXperience, Warung Day Festival, é sócio do Club Vibe em Curitiba, do Warung Beach Club em Santa Catarina, enfim, muita coisa envolvida com a cultura da música eletrônica. Como surgiu esta paixão?
Jeje – Comecei meu trabalho com uma marca de street wear, a Psico Street, nos anos 90, que era muito ligada à cultura urbana. Marcou época em Curitiba e sempre esteve conectada com tendências culturais de vanguarda. Com o início das grandes festas, ainda no formato rave, em 2000, fui a uma XXXperience como integrante público, como frequentador. Gostei! Gostei muito e resolvi que iria trabalhar com aquele tipo de evento musical. Iniciei os contatos e comecei minha atuação produzindo em Curitiba a XXXPerience. Aí uma coisa foi puxando a outra e chegamos até aqui.
Dan – Quais as grandes inspirações para criar eventos os grande porte? De alguma forma você se inspira nos grandes festivais do exterior para criar os eventos no Brasil, como o Burning Man, Coachella, entre outros?
Jeje – Os grandes eventos internacionais são uma inspiração, sem dúvida. E esta tendência de grandes eventos, bem produzidos em todos os aspectos, com cenários grandiosos e conceitos bem completos, chegou para ficar. A última edição que fizemos da fase anterior da Tribal, em 2012, foi um presságio disso tudo. Trouxe palcos, concepção cenográfica e produção até então inéditos em Curitiba. A tendência é que isso se intensifique.
Dan – Dentre os grandes festivais nacionais, podemos considerar a Tribaltech um dos maiores festivais de música eletrônica do Brasil. Como foi a concepção da ideia de criar a Tribaltech em Curitiba em 2004? Já imaginava que a TT chegaria ao ponto que está hoje?
Jeje – Não imaginávamos. Começamos querendo fazer acontecer, abrir espaço para o underground musical. O conceito foi crescendo com o tempo, e sempre contando com apoio do público. Sem ele, nada seria possível.
Dan – É muito comum no exterior, encontrarmos vários artistas de estilos musicalmente diferentes, e até porque não totalmente opostos, se apresentando em um mesmo festival. Como você vê a mistura de gêneros musicas nos festivais? Acredita que o público brasileiro está no caminho de aproveitar várias experiências musicais em um mesmo lugar, assim como acontece em outros países?
Jeje – Sim, sem dúvida. A tendência é que os eventos contenham muitos estilos diferentes. O line up das edições da Tribal vem acompanhando esta tendência. São estilos diferentes, mas dentro de uma identidade de buscar novidades. É isto que buscamos com a TT.
Dan – Despois da edição ‘The End’ em 2012, a Tribaltech renasce neste ano com uma proposta diferente. O que o público irá encontrar de novidades na trilogia Reborn, Evolution, Escape e principalmente na edição Reborn desde ano?
Jeje – Encerramos a fase inicial com a The End justamente para podemos repensar os caminhos. Avaliar o futuro e criar uma nova história. Havíamos parado, em 2012, para não cair na mesmice que tomava conta do cenário de festas e festivais. O formato de tudo que víamos dava sinais de cansaço. Utilizamos esta pausa para repensar e avaliar uma história toda. Afinal, já foram 20 edições da Tribal desde 2004, contabilizando um público total de 150 mil pessoas.
Vale ressaltar que os fãs tiveram papel fundamental neste retorno. A movimentação pedindo esta volta realmente nos surpreendeu, foi uma coisa fora do normal. Assim, não tínhamos porque não voltar, desde que buscando trazer novidades.
Como o nome já indica, a Tribaltech Reborn (Renascimento) apontará para novos caminhos. Estamos investindo muito em estrutura, decoração e novos artistas. Como mostra o line up, vamos dar prioridade para DJs e estilos novos, buscando o que tem de vanguarda na música eletrônica. Trata-se de um retorno às raízes, valorizando a essência underground que marcou o surgimento da Tribaltech. As duas próximas edições vão trazer a evolução do conceito e, no final, uma nova porta para o futuro…
A Tribaltech Reborn acontece dia 11 de outubro na Fazenda Heimari, região metropolitana de Curitiba. Mais informações sobre o festival em www.tribaltech.com.br
História
Realizada desde 2004 em Curitiba, a Tribaltech transcende sua natureza como festival de música, tendo se transformado em um festival também de arte contemporânea em suas variadas formas.
Sempre privilegiando o conceito multicultural e o intercâmbio entre as distintas manifestações artísticas, o festival teve mais de 20 edições e já visitou diversas cidades do Sul do Brasil. Centenas de DJs, apresentações em formato Live, bandas, cantores, artistas visuais, VJs, grafiteiros, performers e outros artistas passaram pelos palcos e espaços da festa ao longo de uma década, sempre com plena liberdade criativa e seguindo o conceito de uma exigente curadoria.
Tendo um crescimento progressivo ano após ano, tanto no que diz respeito ao público quanto à estrutura do evento, a TribalTech apresentou sua maior edição no ano de 2012, reunindo mais de 20 mil pessoas na Fazenda Heimari em um evento responsável por posicioná-la oficialmente no calendário das grandes festas da América Latina.
Após um hiato no ano de 2013, o festival ressurge em 2014 com a ambiciosa proposta de unir uma curadoria inédita ao seu espírito vanguardista e plural. Para a Tribaltech REBORN, foi adotada a filosofia de que cada pessoa é um mundo, portanto a experiência de cada presente será potencializada através dos dez palcos criados cuidadosamente pensando na diversidade de tribos e gostos, o que culminará em uma imersão de diversão e descoberta musical nunca antes vista no Brasil.
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