Balanço do Paraná mostra custo do acesso e situação crítica
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Através de um documento de 27 páginas, o Paraná Clube divulgou o balanço financeiro do exercício 2017. Após dois anos consecutivos com superávit, o Tricolor voltou a fechar uma temporada no vermelho.
De acordo com a demonstração de resultados, o Tricolor terminou 2017, ano do acesso, com R$ 45.036 milhões de déficit. Em 2016, houve R$ 510 mil de superávit. Em 2015 o saldo positivo foi R$ 7,6 milhões de lucro, mas a conta foi maquiada no tópico reversão de provisões de contingências. Ou seja, esperava gastar mais com algumas pendências judiciais, mas isso não se concretizou.
A situação ainda é (muito) crítica na Vila Capanema. A Müller & Prei Auditores Independentes, responsável pela análise do documento, faz o alerta sobre a continuidade do clube na contabilidade. “Eventos e condições futuras podem levar ao clube a não se manter em continuidade operacional”.
O problema é justamente a gestão das dívidas do Paraná.
Os cofres paranistas sofrem com um passivo circulante (curto prazo) de R$ 15.761 milhões, uma redução de quase 20 milhões em relação a 2016. Porém, o não circulante (a longo prazo) traz um salto de R$ 82.180 milhões para R$ 148.722 milhões. As estimativas levam em conta ônus trabalhistas, cíveis e tributárias, com contingência que pode ser de R$ 107.509 (máximo) e R$ 12.193 (mínimo).
Para o torcedor ter uma ideia do sufoco que o acesso da Série B provocou nas finanças tricolores basta ver as despesas do futebol, algo como R$ 58.794 milhões, quase quatro vezes maior que o executado em 2016. Com R$ 22.040 milhões de receitas, com destaque para cota de TV (R$ 7.8 mi) e receitas no estádio (R$ 7.0 mi), a bola deu prejuízo total de R$ 36.754 milhões.
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