O Airbus A380, o avião comercial com maior capacidade para passageiros, passa por um momento crítico. Sem nenhuma encomenda neste ano, o projeto que custou mais de 20 milhões de euros pode estar com os dias contados. Por isso, a fabricante europeia chega ao fim de 2014 com um dilema: encerrar a produção da aeronave ou apostar em uma versão remotorizada (A380neo), como fez com os A320 e A330.
De acordo com a Airbus, o pesado investimento será pago entre 2015 e 2017. Na pior das hipóteses em 2018. A partir de então a empresa passaria a ter lucro com o projeto. Claro, se fizer novas vendas. Até porque das 318 encomendas já feitas do modelo, 147 ainda precisam ser entregues, e isso só acontecerá depois de 2018, já que a média de produção é de 30 máquinas por ano.
O A380 sempre foi visto com desconfiança. O mercado para ele nunca pareceu muito real. E assim aconteceu. Quando entrou em serviço, em 2007, a Airbus projetava vender 1.700 unidades do A380. A previsão se descolou da realidade.
Para o chefe de vendas da Airbus, Jonh Leavy, o mercado do A380 “vai crescer, mesmo que não seja um mercado gigante”. Não soou muito otimista. A empresa também se defende pelo fato de acreditar que seus clientes estão aguardando uma versão remotorizada para fazer novas encomendas.
O fato é que as companhias aéreas têm optado por aviões menores nas rotas mais longas, como os Boeing 777, 787 e os A330neo e A350 da própria Airbus. Os custos são extremamente menores e a demanda nem sempre se justifica para ter mais assentos disponíveis.
O mercado está exigindo uma decisão por parte da Airbus. E precisa ser rápido. Só que a fabricante europeia costuma demorar na tomada de decisões e uma definição não pode passar de 2015.
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