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Sociedade de Pediatria recrimina uso de crianças em vídeo político e é criticada
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A Sociedade Paranaense de Pediatria se pronunciou sobre um vídeo disponível na Internet e acabou achando sarna para se coçar. Numa “Nota de Repúdio”, a SPP se declara indignada com o vídeo, em que crianças repetem frases de Jair Bolsonaro (PSL), com o objetivo visível de mostrar como aquelas frases são chocantes.

Na nota, os pediatras afirmam que as crianças e os adolescentes se encontram em um período da vida em que não têm como pesar as consequências do que fazem e se encontram vulneráveis – por isso, deveriam ser protegidas de ações como essa, que expõem os menores de idade a uma disputa que, na verdade, não é delas.

A SPP faz questão de dizer que segue sendo apartidária e que o repúdio ao vídeo não significa a defesa de nenhum candidato. Mas afirma que irá tomar providências inclusive para a responsabilização dos produtores do vídeo e dos pais das crianças.

Nas redes sociais, no entanto, muita gente criticou o posicionamento dos médicos – e nem seria diferente em uma época de eleição tão tumultuada. A postura da SPP foi chamada de “hipócrita” por gente que se queixou da ausência de medidas semelhantes em outros momentos.

Internautas reclamaram, por exemplo, de os pediatras não terem se pronunciado quando Bolsonaro ensinou crianças a fazer gestos de arma com as mãos, quando disse que seus filhos atiram com munição real desde os cinco anos e, principalmente, quando disse que seria preciso “rasgar o Estatuto da Criança e do Adolescente e jogar na latrina”.

Veja abaixo a nota da SPP:

A Sociedade Parananese de Pediatria (SPP) vem a público manifestar seu repúdio ao vídeo apócrifo que vem circulando nas redes sociais, em que crianças são apresentadas repetindo frases atribuídas a um dos candidatos à Presidência da República, com a finalidade precípua de comover o eleitorado.

A SPP, muito embora seja uma entidade apartidária, tem como responsabilidade a defesa dos direitos e interesses da infância e da juventude.

Estes são períodos em que crianças e adolescentes se encontram vulneráveis e sem condições de discernir as consequências de suas atitudes. Justamente em razão desta carência em suas faculdades de julgamento é que a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente primam para que a família e a sociedade protejam os menores contra exposições indevidas que possam lhes causar afronta à segurança, moral e dignidade.

Utilizar-se de crianças para fins político-partidários é uma atitude que deve ser coibida por toda a sociedade e, em razão disto, a SPP informa que estará encaminhando denuncia à Procuradoria da Infância e Juventude do Ministério Público do Estado do Paraná, para que adote as providencias necessárias, inclusive aquelas tendentes a responsabilizar os pais e produtores do vídeo.

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