A prisão de André Vargas pela Polícia Federal deve dar calafrios em muita gente na política paranaense. Em primeiro lugar, porque Vargas era um sujeito influente, que transitava nos mais altos círculos – não à toa chegou a vice-presidente da Câmara. Sabe muito. Segundo, porque Vargas tem fama de ser bocudo. Frequentemente falava demais em entrevistas, por exemplo.
Vargas foi ligado não só ao PT nativo. No PT, óbvio, conhece todo mundo. Chegou a ser cogitado para o Senado na última eleição, pouco antes de cair em desgraça. Falava-se também que seria o coordenador-geral da campanha de Gleisi Hoffmann ao governo. Depois, Gleisi passou a campanha tentando desmentir isso – mas nunca pôde desmentir a proximidade com Vargas.
O que deve deixar os correligionários e colegas de Vargas em geral mais tranquilos é o fato de ele ser disciplinado, ter lealdade ao partido. Sua tendência, apesar de falastrão, é a de proteger os interesses dos mais próximos. Chegou a ser chamado de Corleone por isso na coluna de Elio Gaspari. Isso porque cobrou Olívio Dutra, quando o ex-governador gaúcho não deu apoio aos mensaleiros.
Vargas disse na época que Olívio Dutra não estava sendo compreensivo. “Quando ele passou pelos problemas da CPI do Jogo do Bicho, teve a compreensão de todo mundo. (…) Ele já passou por muitos problemas, né?” Gaspari lembrou que Dutra nunca foi acusado na CPI – apenas pessoas próximas a ele. E dizia que isso de cobrar compreensão na criminalidade não é coisa que se faça.
Agora é questão de saber se depois de ter sido jogado aos leões, cassado na Câmara, renegado pelo partido, praticamente obrigado a sair do PT – se Vargas continuará sendo tão fiel quanto era. Ou se aproveitará o que sabe para aliviar sua situação.
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