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Aliados do governo avaliam que morte de aluno deve esvaziar ocupações

Beto Richa. Foto: Antonio More/Gazeta do Povo. (Foto: )
Beto Richa. Foto: Antonio More/Gazeta do Povo.

Beto Richa. Foto: Antonio More/Gazeta do Povo.

A avaliação de pessoas próximas ao governo Beto Richa (PSDB) é de que o assassinato de um estudante dentro de uma escola ocupada nesta segunda-feira (24) deve tornar inviável a continuidade do movimento de ocupações. Hoje, 850 escolas estão ocupadas no Paraná, em protesto contra a reforma do ensino médio anunciada por Michel Temer (PMDB).

“A essa hora deve ter uma enxurrada de pais indo pegar os filhos nas escolas”, diz um deputado. “É nisso que eu acredito: nos pais”, diz outro. Os deputados da base governista tiveram no fim da tarde, logo depois do assassinato, em que o secretário de Segurança repassou as informações básicas sobre o tema, inclusive sobre a prisão do outro adolescente.

Todos, unanimemente, acharam que isso deverá repercutir mal para as ocupações. Muitos acharam que pode significar o fim imediato do processo. Na quarta-feira, a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas promove uma assembleia que, em tese, poderia decidir pela desocupação. Antes disso, porém, a pressão das famílias, assustadas, pode ser até mais decisiva.

“Isso era a crônica de uma morte anunciada”, diz um aliado do governo. “A meninada fica sozinha nas escolas. Ninguém para olhar. Nem sabemos ainda a causa, mas em muitos colégios deve estar tendo uso de drogas. Infelizmente, se sabia que isso podia acontecer”, afirma.

O governador Beto Richa imediatamente soltou uma nota falando sobre a morte e pedindo o fim das ocupações. “Externo à família desse estudante a minha solidariedade neste momento tão doloroso. E renovo o meu apelo para que os pais redobrem o cuidado com seus filhos. Peço ainda, mais uma vez, que os estudantes encerrem esse movimento”, disse, via Facebook.

O desafio do governo, agora, é tentar acabar com as ocupações sem parecer que está usando politicamente a morte do garoto. E sem invadir com força policial – há uma convicção de que a Polícia Militar não deve ser acionada para retirar os manifestantes sob nenhuma condição, em nenhuma circunstância. “Não podemos repetir o 29 de abril”, diz um deputado.

a expectativa é de que os próprios estudantes reavaliem o movimento. Mas num primeiro momento, o Ocupa Paraná soltou nota dando a entender que o caso não tem a ver com o restante do movimento. “Nós do movimento Ocupa Paraná informamos preliminarmente, apesar da confirmação da morte de um estudante em uma escola ocupada em Curitiba, que não há nenhuma informação concreta sobre a motivação dessa morte”, diz o texto

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