Os entrevistadores de Alvaro Dias na rádio Jovem Pan (a de São Paulo, claro) tocaram na grande ferida eleitoral do candidato. Foi a primeira vez na disputa nacional que alguém lembrou do 30 de agosto, a famosa data em que a cavalaria da PM atropelou (bastante literalmente) uma manifestação de professores no Centro Cívico.
Alvaro reagiu com uma indignação que não faz jus à sua experiência de cinco décadas de política. Disse que se tratava de um “factoide”, de “fake news”, como registrou o blog do João Frey. Foi mais além: disse que era “provinciano” tratar de uma coisa dessas em uma eleição presidencial.
Só que na tentativa de minimizar o acontecido, o candidato levou uma bordoada atrás da outra dos entrevistadores. Marco Antônio Villa deixou claro que, apesar da indignação, não era factoide nem fake: o fato realmente aconteceu.
O pior veio num comentário logo a seguir de Vera Magalhães. Alvaro disse que não poderia ser o responsável por nenhuma atrocidade, caso contrário não teria a popularidade que tem no Paraná, os votos que tem no Paraná, os apoios que tem no Paraná, não faria o almoçõ que fez no Paraná…
“Mas nessa hora não é provincianismo?” lascou a jornalista…
O fato é que os entrevistadores estavam certos. O fato existiu e o governo do Paraná, ainda que tão distante, é a única experiência de Alvaro no Executivo. Se ele quer falar das boas coisas que fez, tem todo direito. Não é provinciano por isso. Mas tem que explicar também os problemas.
E o 30 de agosto é tudo, menos fake. Como dizem os jovens na internet, aceite, senador, que dói menos…