Cida Borghetti poderia ser o patinho feio da eleição deste ano. Sempre que se testava a preferência dos eleitores até aqui, ela mal era lembrada, enquanto Osmar Dias e Ratinho Jr., lá na frente, monopolizavam as atenções.
Agora pode ser que as coisas mudem. A partir de 7 de abril, quando assume o governo, Cida terá nas mãos a maior fábrica de votos do estado: o Palácio Iguaçu. Terá seu nome nas manchetes, distribuirá recursos, negociará com prefeitos e deputados em outro patamar.
Cida, dentro de dez dias, passa a ser a encarnação temporária do poder. E sabe-se como políticos respeitam o poder, como gostam de estar perto dele, de fazer todos os favores que ele requisitar. Cabos eleitorais, a essa altura, não faltarão.
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A governadora também poderá nomear até quatro mil pessoas de livre escolha. Os comissionados são, na prática, um exército disponível para qualquer tarefa. Principalmente depois do expediente, hora em que pegam a bandeira e vão para a rua na esperança de mais quatro anos na sinecura querida.
Não há qualquer garantia para Cida. Nem mesmo de que ela vá chegar ao segundo turno. Mas, caso Beto ficasse, sua candidatura estava virtualmente morta. Agora, ela está com tudo na mão para partir para cima e incomodar.
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