O prefeito Rafael Greca vai chegando ao seu primeiro ano de mandato ainda seguindo no ritmo de obras que tanto criticou no antecessor, Gustavo Fruet. Na campanha, Greca dizia que “se está difícil, deixa que eu faço”. Falava em criar uma faculdade municipal, trens entre shoppings, escadas rolantes a céu aberto: a cidade viraria uma metrópole futurista. E ai de quem questionasse se havia orçamento: virava “barbudinho perverso”, “prefeito deprimido” ou sabe-se lá mais o quê.
No décimo mês de governo, ainda tem pouco o que mostrar – pelo menos em termos de obras. Greca vem sendo assombrado pelo mesmo fantasma que pairou sobre a gestão de Fruet – a falta de dinheiro. Cada um bota a culpa no antecessor. Verdade que Greca agiu mais fortemente para fazer um ajuste fiscal (inclusive usando métodos pouco convencionais, como o isolamento dos vereadores em um bunker na Ópera de Arame).
No final do primeiro semestre, quando finalmente conseguiu aprovar o que queria, o prefeito disse que agora tudo tinha ficado mais fácil. O clima era de “agora vai”. Mas, até agora, não foi. E os anúncios e inaugurações do prefeito continuam sendo, no mínimo, chochos.
O prefeito já chegou a inaugurar um ponto de ônibus na região do Santa Cândida. O ponto fica em frente ao Residencial dos Cedros. Como justificativa para a pompa e circunstância, alegou-se que para estender linha foi necessário abrir um retorno no fim da via.
Na semana passada, deu-se também o caso da inauguração de um “espaço cultural” em homenagem à China. Trata-se de uma rotatória. Nela, colocou-se uma estátua de Confúcio doada pelo governo chinês, aparentemente por ter sido rejeitada na terra natal. Para chegar ao largo é preciso enfrentar a travessia pesada da Marechal Hermes: e nele nada há pra se fazer, a não ser tentar atravessar a próxima rua a salvo.
Na área da educação, abriu-se um “Centro de Desenvolvimento” para professores na regional do Sítio Cercado. Os profissionais chiaram: perderam o belo prédio alugado e ganharam um casebre no lugar.
No seu Facebook, Greca também anunciou nesta semana uma nova obra. Desta vez, uma rampa de acesso para uma ponte sobre o Ribeirão dos Padilha, no Boqueirão. De fato, melhora o acesso, principalmente para cadeirante. Mas são três metros de obra, se tanto; e quando se olha em volta vê-se o quanto há por fazer e o quanto é triste comemorar tão pouco.
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