Ser genro de um dos maiores empresários do estado pode ser um ativo eleitoral importantíssimo: dinheiro, relacionamentos e poder sempre ajudam a erguer um candidato. A não ser que este empresário, por uma coincidência do destino, seja preso faltando três semanas para a eleição.
João Arruda (MDB) estava com tudo que poderia pedir na mão para tentar se aproximar das duas candidaturas mais fortes e, quem sabe, sonhar com um segundo turno. Tanto Ratinho Jr. (PSD) quanto Cida Borghetti (PP) sofrem com a prisão de Beto Richa (PSDB) que, segundo o Ministério Público, transformou o governo de que eles participaram numa organização criminosa.
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Membro da oposição, ligado ao tio Roberto Requião (MDB), eterno desafeto de Richa, Arruda poderia lucrar com isso. Mas quem é o empresário preso junto com Beto? Seu sogro, Joel Malucelli, o magnata dono de um império local de comunicação, de empreiteira, seguradora, banco…
Na sabatina da Gazeta do Povo nesta quinta-feira, Arruda passou a maior parte do tempo falando que já sabia, desde sempre, da corrupção no governo de Beto – e sempre que cita Richa, cita junto Ratinho Jr., mesmo quando aparentemente nem seria o caso (curiosamente, poupa Cida Borghetti em 90% dos casos).
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Mas, para sua desgraça, Arruda não tem como escapar do fato de ser genro de Joel. Ele diz que não tem nada com isso. Que nunca participou das empresas. Mas sua esposa, Paola, foi diretora da empresa de energia do grupo até esses dias. E segue sendo herdeira, evidentemente.
Para o MDB, a chance de finalmente entrar no jogo se perdeu por essa conexão. Ou, pelo menos, é o que parece pelo momento.