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Delação da Quadro Negro complica futuro de Beto Richa e pode mudar eleição

Beto Richa. Foto: Antonio More/Arquivo Gazeta do Povo. (Foto: )

A delação da Quadro Negro é um problema para Beto Richa (PSDB) – mas também para muita gente que pretende disputar eleições no Paraná no ano que vem. Dependendo da proporção que o escândalo tomar, os rumos da eleição para governo e Senado mudam.

Os novos fatos vieram à tona nesta sexta-feira, com a revelação de que o dono da empreiteira Valor, responsável por um esquema de desvio de dinheiro em obras de escolas públicas, delatou a participação de vários políticos de peso na fraude.

Entre os delatados estão o governador Beto Richa; sua vice, Cida Borghetti; o ministro da Saúde, Ricardo Barros; o presidente da Assembleia, Ademar Traiano; o chefe da Casa Civil de Richa, Valdir Rossoni; o conselheiro do Tribunal de Contas Durval Amaral; e os deputados estaduais Thiago Amaral e Plauto Miró. A delação ainda precisa ser homologada a Justiça.

Senado

Richa em teoria é candidato ao Senado. Mas sempre deixou aberta a possibilidade de ficar e terminar o seu governo. Se achar que não terá votos, é o caminho mais provável Passa por estadista e evita uma derrota calamitosa. (Lembrando que antes disso as pesquisas já mostravam Beto mal das pernas.) “Não duvido que isso faça ele se decidir por não sair candidato”, diz um aliado, sem se identificar.

Com isso, Richa fecharia a porta para o mandato-tampão de Cida Borghetti. A vice, que já saiu tostada do caso, junto com o marido, perderia sua grande chance de ter holofotes e margem de manobra. Praticamente desconhecida fora de seu reduto, estaria eleitoralmente morta.

Isso também mataria s outras duas campanhas da família Richa denunciadas pelo pessoal da Valor. Pepe Richa não poderia ser deputado federal nem Marcello poderia concorrer a estadual. A era Richa teria, de fato, chegado ao fim. Ou perto disso.

Quem ganha com isso? Ratinho pode se livrar de Cida como concorrente, mas terá que se explicar sempre como ficou em um governo marcado por tantas denúncias de violência e corrupção. E Osmar Dias sai mais ou menos livre (desde que consiga explicar o caso da Odebrecht), mas certamente evitará o plano de fechar chapa com Beto.

Tudo ainda por ver.

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