Roberto Requião levou ao MDB nacional a sua disposição de disputar a eleição presidencial deste ano. Diz que está falando sério. Mas não é bem assim. Claro que ele adoraria se candidatar, e desse ponto de vista está falando sério. Mas sabe que não tem a menor chance de o partido deixar isso acontecer.
O senador paranaense é integrante de uma ala cada vez mais minoritária no partido. É um nacionalista de esquerda num partido de direita liberal. Antes tinha alguns outros cúmplices na sua minoria, mas hoje talvez seja o último da espécie, na verdade.
Ele próprio admitiu recentemente que adoraria ser candidato. “Mas não tenho legenda para isso”, disse em entrevista à Gazeta do Povo.
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Em outras campanhas, Requião já usou do mesmo artifício. Quando deixou o governo do estado pela primeira vez, por exemplo, disse que queria ser presidente. Depois lançou seu nome de novo em 2002. E sabe-se lá mais quantas outras vezes.
A pré-candidatura de Requião pelo MDB é como o campeonato mundial de curling: um evento que acontece ciclicamente, com data marcada, mas que ninguém dá muita bola.
Na verdade, Requião teve uma chance mais séria de ser candidato na nacional ainda neste ano. Segundo se diz, no dia da prisão de Lula, ele foi convidado a se filiar ao PT. Poderia ser o plano B do partido. Mas era o penúltimo dia de janela para mudança partidária, e ele decidiu ficar onde estava.
No MDB atual, quem tem chance é quem está ligado a Temer, a Meirelles e aos grupos econômicos que apoiam esse tipo de candidatura. Um nome à esquerda está mais perto da expulsão do que de qualquer candidatura nacional.
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