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CNI pede novas leis trabalhistas, mas nega que peça aumento da carga horária no país

Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo. (Foto: )
Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.

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O post abaixo foi publicado antes de a CNI dizer que houve um mal entendido e que, embora tenha ressaltado a mudança na França, a CNI respeita os trabalhadores e não sugeriu aumento de carga horária no Brasil.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) acaba de elevar a um novo patamar a ideia da “flexibilização das leis do trabalho” que tanto agrada a um setor do empresariado brasileiro. Depois de reunião com o governo interino de Michel Temer (PMDB) o presidente da CNI insinuou ser favorável a um aumento da carga máxima de trabalho no Brasil. A informação é da Agência Brasil.

A proposta foi defendida pelo presidente da CNI, Robson Andrade. Segundo ele, o empresariado brasileiro está “ansioso” para ver esta e outras novas regras serem implementadas no Brasil. Para ele, aumentar a quantidade de horas do trabalhador é fundamental para que as empresas tenham competitividade no mercado internacional.

Como exemplo, Robson Andrade citou a reforma trabalhista francesa, que segundo ele teria elevado para 80 horas a carga de trabalho máxima no país. Não é verdade: a reforma aumentou a carga para 60 horas semanais.

Fossem 80, isso significaria basicamente 12 horas por semana, com uma ligeira diminuição para oito aos domingos, por exemplo. Isso numa semana sem folgas. Caso se quisesse uma semana com um dia de descanso remunerado nesse ritmo, seriam necessárias mais de 13 horas diárias de segunda a sábado.

A liberalização prevista pela CNI também incluiria reformas na previdência social, para diminuir o peso do trabalhador na produtividade e para o governo. Isso significa que além de mais horas por dia o trabalhador também precisaria se aposentar mais tarde, aumentando a carga também dos idosos – hoje, a discussão sobre idade mínima já arrisca ultrapassar a expectativa de vida de vários estados.

Por outro lado, a CNI pede diminuição de impostos. Ou seja: as empresas pagariam menos para o país, teriam funcionários disponíveis por mais horas e que se aposentariam mais tarde: um retrocesso de quase um século na política de bem-estar social construída a duras penas no país.

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