A declaração de Beto Richa (PSDB) ao sair da cadeia, no início da madrugada deste sábado, de que continuará com a sua campanha, trouxe mais um constrangimento para seu partido e seus antigos aliados. Todos esperavam que ele desistisse imediatamente da candidatura, o que diminuiria a exposição e a pressão sobre todos.
Vaidoso, Beto parece não se dar conta de que a prisão e os quatro dias que ele passou sendo massacrado no noticiário acabaram com qualquer chance que ele tivesse de ser eleito. Quem ficou do lado de fora acompanhando não teve como falar com ele.
Richa deixou de ser um dos favoritos na corrida ao Senado. Há quem acredite que ele poderia ser ainda um candidato viável a deputado federal, mas até mesmo sobre isso existem dúvidas. E em qualquer das circunstâncias, não parece haver muita gente disposta a pedir votos para ele.
A situação é completamente diferente, por exemplo, da prisão de Lula. Quando o petista foi preso, a sua militância cerrou fileiras com ele e decidiu que quem estava errado eram o juiz, o procurador e quem noticiou o fato. No caso de Beto, seu apoio sumiu.
Não houve “Bom dia, Beto”. Ninguém se manifestou a favor dele. Quando saiu do regimento da cavalaria, só havia uma meia dúzia de acólitos à espera – e parece na verdade que estavam lá por sua esposa, Fernanda Richa (PSDB), que saiu um pouco antes.
As provas contra Beto são graves, os (supostos) crimes são sérios. E a população não parece ter sequer esperado possíveis explicações para decidir de que lado ficar.
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No PSDB, a ideia é conversar com o líder do partido, que segue sendo presidente estadual da legenda, neste domingo. E aceitar a decisão dele. O que não significa necessariamente apoiá-lo.
Enquanto isso, as demais campanhas dão como quase certa a eleição de Roberto Requião (MDB) e disputam acirradamente a vaga que, antes, era de Beto. Agora, apostam eles, a concorrência será dura pelo menos entre uns quatro ou cinco candidatos. E Beto, aparentemente, não está entre eles.