Uma eleição é feita em grande parte de mistérios. Principalmente na fase inicial, quando as candidaturas estão se definindo. E a pergunta da vez no Paraná é: e se Alvaro Dias resolver mudar de ideia na última hora e virar candidato a governador?
Nos últimos dias, o boato de uma possível candidatura de Alvaro no Paraná ganhou força. Ele desistiria dos planos (um tanto utópicos) de disputar a Presidência e partiria para uma candidatura (bem mais viável) ao governo do estado.
A primeira consequência é óbvia: não há espaço para ele e o irmão na mesma disputa. Um dos dois teria que renunciar ao plano de ser governador. E aí mora o único impedimento de Alvaro: ele teria dado palavra de honra a Osmar, diante da família toda, de que não iria atrapalhar o irmão dessa vez…
Por isso, muita gente acredita que o senador vai mesmo é contrariado para o matadouro de Brasília, esperando a derrota certa. Mas quem garante que ele vai ter força de vontade e resistir à tentação? Com 4% das intenções de voto no país, Alvaro não “decolou”. E há quem acredite que ele já anda mexendo os pauzinhos por aqui.
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O presidente do PSB, Severino Araújo, recebeu Alvaro Dias numa semana. Na outra, desconvidou Osmar, que estava quase entrando na legenda para ser candidato. “Isso aí tem a digital do Alvaro. O negócio dele é embaralhar tudo, confundir”, diz um deputado.
“O que eu vejo é que ele não deslanchou e sabe que tem mais chances aqui”, diz outro. “Mas tudo que se escreve sobre eleição antes do verão enferruja”, diz um sábio da política local. “Só dá para saber mesmo o que vai acontecer quando passar o mês de março.”
Para Alvaro, “embaralhar” o jogo é útil porque, caso ele queira mesmo entrar na disputa, teria de alegar que pode ser o candidato de consenso do grupo: por enquanto, o discurso é válido. Cida Borghetti, Ratinho e Osmar não se entendem e fraturam um grupo que poderia ir unido para a eleição.
Se houver um entendimento antes de Alvaro recuar, ele não tem mais como se desculpar. Mas, por enquanto, parece que ainda há margem de manobra para o senador. Que, oficialmente, diga-se de passagem, jamais admite a possibilidade de disputar o governo outra vez.
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