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Fim de negociação de reajuste é grave derrota eleitoral para Cida Borghetti

Chamemos as coisas pelos nomes que elas têm: o que aconteceu hoje ao governo Cida Borghetti denomina-se derrota. A governadora e seu marido, Ricardo Barros, atiçaram o funcionalismo reacendendo um debate sobre reajustes que estava quase morto. Acharam que podiam usar isso em seu favor e acabaram levando uma invertida.

O funcionalismo amarga perdas inflacionárias de mais de 11% desde 2016. Beto Richa disse que dava zero e pronto. Parecia assunto resolvido. Mas o governo inventou moda: começou a espalhar que, bem conversadinho, dava para tentar chegar à inflação dos últimos 12 meses: 2,76%.

Mas o ditado já ensina que, quando a esperteza é muito grande, vira bicho e come o esperto. Depois de causar alvoroço em 310 mil pessoas, o governo decidiu que não tinha como dar o que prometeu. Só que aí, claro, era tarde demais. Os sindicatos não perdoaram e a oposição, liderada por Ratinho Jr., deitou e rolou.

Cida entrou no governo como sucessora de Beto, o que lhe garantia um certo mau humor dos trabalhadores públicos. Mas até podia ter uma neutralidade. Agora, certamente enfrentará uma inimizade muito maior do que quando chegou ao Palácio.

A ideia de discutir tudo depois da eleição pode até aliviar a barra dos deputados. Para Cida, não serve: vai ser ela quem arcará com o atraso nas negociações e com a frustração de quem, nos últimos anos, já perdeu um salário mensal inteiro de poder de compra.

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