![“Governador” Ricardo Barros fala em vetar reajuste de 2,76% a outros poderes Cida e o marido, Ricardo Barros. Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo.](https://media.gazetadopovo.com.br/vozes/2018/06/cida-hm-768x481-79ad0a92.jpg)
Colaborou Euclides Lucas Garcia:
A Assembleia Legislativa do Paraná votará os projetos de reajuste salarial do funcionalismo podendo ter todo o resultado vetado pela governadora Cida Borgthetti (PP). Segundo se diz nos bastidores, o governo decidiu jogar duro, e cogita barrar qualquer reposição superior a 1%.
A declaração sobre o veto teria sido dada por Ricardo Barros, marido da governadora, em conversa com deputados da base. Barros, visto por muitos como o “governador de fato”, teria dito que o estado não tem condições financeiras de dar os 2,76% para repor a inflação dos últimos 12 meses, e que os outros Poderes colocariam em risco o respeito ao teto de gastos caso aprovassem o reajuste.
Hoje, todos os outros poderes (Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública e Assembleia) têm projetos tramitando pedindo a reposição da inflação. O Executivo, sem caixa, mandou projeto prevendo reposição de apenas 1% para seus 310 mil servidores (número que soma ativos e inativos).
Leia mais: Reajuste eleitoral vira pesadelo eleitoral para Cida Borghetti
Nesta terça, Cida Borghetti pediu aos chefes dos outros poderes que recuem do porcentual enviado para votação na Assembleia. O risco, segundo ela, é que o estado descumpra o teto de gastos com que se comprometeu no momento em que renegociou a dívida com o governo federal. Se descumprir o trato, o Paraná terá de devolver R$ 1,9 bilhão à União.
Evidentemente, por trás dessa decisão também há um cálculo eleitoral. Cida e Barros preferem manter o caixa livre para anunciar investimentos nos poucos meses que restam antes da eleição. E acreditam que “cairia bem” com o eleitor bater de frente com o Judiciário, por exemplo, visto como um Poder com salários altos e privilegiado.
A votação do reajuste deve ocorrer nos próximos dias. O projeto do governo prevendo 1% para os servidores do Executivo tramita em regime de urgência. Na última sessão da CCJ, a oposição pediu vistas, tentando provocar uma negociação. Mas parece tarde para isso.
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