Os deputados estaduais e o governo do estado teriam decidido recuar em três pontos do pacotão de medidas “amargas” anunciado na semana passada pelo governador Beto Richa (PSDB). Os deputados teriam sentido a pressão das ruas, que culminaram com a greve dos servidores, e propuseram um passo atrás nas medidas. O governo teria topado.
As medidas que provavelmente não irão mais à votação são:
– Fim do quinquênio para o funcionalismo. O governo havia proposto congelar os valores onde eles estão e não conceder mais adicionais por tempo de serviço.
– Progressões. As mudanças nas regras para progressões e promoções nas carreiras da educação permaneceriam como estão.
– PDE. O plano de desenvolvimento das carreiras dos docentes, com cursos periódicos, não seria mais modificado.
Ainda sobram várias medidas impopulares, como o corte do auxílio-transporte em períodos de férias e afastamento; a maior dificuldade para que os professores tirem licenças; o remanejamento dos professores da área administrativa para a sala de aula; e, principalmente, a fusão dos dois planos da ParanáPrevidência, que permitirá ao governo do estado pôr as mãos em R$ 8 bilhões para pagar aposentadorias sem precisar usar recursos do tesouro.
Tudo indica que o governo tentará votar as medidas ainda nesta semana em regime de “tratoraço”, sem discussão dos projetos. A ideia é passar tudo o mais rápido possível, inclusive para tentar encerrar os movimentos grevistas do funcionalismo que podem minar a popularidade do governo Richa.
Nesta manhã de segunda, o clima já começou tenso na Assembleia, com servidores protestando contra as medidas.