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Investigados na Quadro Negro são o verdadeiro coração do governo Beto Richa. Entenda

Deonilson Roldo: o homem forte do governo. (Foto: )

Quem não conhece muito bem o grupo de Beto Richa pode achar que Ezequias Moreira e Deonilson Roldo, que vão depor à Polícia Federal no inquérito da Quadro Negro, são “só” mais dois secretários de Estado. Não são. Eles são o centro do governo Richa.

Todo governante tem que acomodar um punhado de políticos em seu primeiro escalão. Precisa dar secretarias para partidos; dar um jeito de satisfazer o deputado bem votado; achar uma função para alguém indicado pela base na Assembleia… Mas ele também tem sua “cota pessoal”. São as pessoas em que ele realmente confia.

A “cozinha” de Beto Richa era formada basicamente por quatro pessoas. Uma delas é a esposa, Fernanda, que também é secretária. Dizem que ela realmente tem peso nas decisões do marido. Os outros três não têm posições chamativas, nem têm caneta na mão. Mas têm o ouvido do governador – e são seus olhos e ouvidos.

Eminências pardas

Um deles era Luiz Abi Antoun, que caiu na Operação Voldemort, fraudando licitação de uma secretaria. O “primo distante” nunca teve cargo e era o mais discreto dentre as eminências pardas. Depois da prisão, sumiu.

Os outros dois depõem nesta quinta-feira à Polícia Federal. Deonilson Roldo acumula a Comunicação e a chefia de Gabinete. Quem quer falar com Richa precisa passar por ele. Deonilson está com Beto desde a prefeitura e, dizem é quem explica o que o governador tem que dizer em cada evento, cada inauguração. Chegou a ser visto como o homem mais poderoso do governo.

Leia mais: Beto Richa diz estar tranquilo com depoimentos

Deonilson, jornalista de formação, começou a subir na vida política com Jaime Lerner, que o fez secretário de Comunicação nos estertores do seu governo. Beto herdou-o e fez bom proveito. Hábil politicamente, Deo, como é chamado, chegou a ser cotado para a Casa Civil.

Ezequias

Ezequias é parte de uma facção contrária à de Deonilson. Os dois não jogam juntos, e são como os chefes das duas seções políticas mais importantes dentro do Palácio.

Beto herdou Ezequias de seu pai. Os dois conviveram na Assembleia, onde Ezequias acabou sendo pego no esquema da “sogra fantasma”. Devolveu meio milhão de reais desviados na cara dura e Beto decidiu perdoá-lo.

À beira do julgamento criminal do caso, o governador inventou uma secretaria para dar foro especial ao amigo, que ganhou fôlego com isso. Acabaria absolvido m ais tarde, e hoje segue no mesmo andar de Beto. Supostamente chefia o cerimonial, mas todo mundo sabe que não é essa sua principal função.

Articulador de Beto desde a época de prefeito, Ezequias é próximo a Abi. E Beto escuta muito seus palpites.

Rached

Dos três, Ricardo Rached é o peixe menor. Virou assistente de Beto por proximidade do governador com o pai, empresário dono de concessão de pedágio. É da tropa mais próxima, do tipo que viaja com o governador pra cima e pra baixo enquanto o alto escalão fica em Curitiba.

Os três sabem tudo de Beto, eis o resumo. Se sabem algo que a PF devia saber? Essa é outra história.

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