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Iogues, crianças com Down, moradores de rua… Prefeitura torna Curitiba menos inclusiva
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Nos últimos dias, duas notícias bem diferentes voltaram a mostrar uma tendência que tem tomado conta da prefeitura na gestão Rafael Greca. De um lado, os praticantes de ioga foram banidos temporariamente do Jardim Botânico. Pegou mal e eles puderam voltar. De outro a prefeitura foi à Justiça para impedir que crianças com Síndrome de Down continuem a frequentar as creches públicas.

São dois fatos totalmente diferentes, mas que têm a ver com a mesma falta de sensibilidade que vem sendo demonstrada desde a posse do prefeito. Greca começou a gestão tendo como alvo os moradores de rua. Logo no primeiro momento, fechou-lhes um guarda-volumes na Osório. Depois, tentou tirá-los da rua na marra. E fechou o principal abrigo do Centro da cidade, expulsando-os para bem longe dos olhos da maioria da população.

Em alguns casos a atitude partiu do próprio prefeito, em outros, não. Mas tudo tem a ver com o clima de pequenas mesquinharias que vão substituindo o impulso de transformar a cidade em um ambiente mais humano. São ações independentes, mas que no fundo fazem o cidadão perceber “quem é que manda” e ser levado a se ver cada vez menos como proprietário do próprio espaço onde mora.

Ioga no parque

O caso dos iogues é altamente ilustrativo. Todo estudo mostra que quanto mais as pessoas se sentem proprietárias de um lugar, mais cuidam dele. Que quanto mais têm vínculos com a cidade e seus espaços públicos, melhor. Mas um grupo de burocratas enquadrou as pessoas que estavam usando o parque para cuidar coletivamente da saúde.

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O prefeito disse depois que não gostou disso. Que “ele fez” (a falta de modéstia do prefeito é impressionante: o Botânico já existia quando ele assumiu) os parques para as pessoas aproveitarem. Mas, claro, mandou todo mundo assinar termos disso e daquilo, burocratizou o processo que é para ficar bem difícil de todo mundo poder usar a cidade tranquilamente.

No caso das crianças, pior ainda. São crianças que têm uma síndrome que exige alguns cuidados especiais. A prefeitura, porém, quer que todas passem para o ensino fundamental. Os pais reclamaram: como, se algumas ainda precisam até de fraldas? A professora do primeiro ano vai trocar as fraldas? Não teve jeito, e a prefeitura, truculenta, foi à Justiça para expulsar as quatro crianças.

São atitudes pequenas, baixas, mesquinhas, que fazem da cidade um lugar de menor solidariedade. Nenhuma delas tem um motivo importante. Parecem falta de gestão ou algo ainda pior: falta de humanidade.

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