O prefeito Rafael Greca chegou ao fim de seis meses de mandato sem resolver um dos problemas em que mais insistiu durante a campanha. O número de moradores de rua continua alto em toda a região central e nos bairros. E isso não é apenas uma constatação empírica.
O registro das ligações dos moradores para o 156 mostra que a cada mês sobe o número de telefonemas de gente relatando casos de pessoas em condições sub-humanas nas ruas da cidade. Mendigando. Dormindo ao relento. Usando crianças para esmolar.
Em maio, a prefeitura já tinha registrado o maior número de registros do gênero no ano, com 908 ligações ou pedidos de atendimento por internet. Mas em junho, com a chegada do frio, o número explodiu para 1.233 casos levados à prefeitura. Todos dados oficiais do próprio município.
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Na campanha, no ano passado, Greca sempre insinuava que o problema dos moradores de rua era a inoperância de seu antecessor, Gustavo Fruet. Falava das maravilhas que fez pelos mais pobres em seu primeiro mandato e dizia que logo tudo estaria de volta: a Fazenda Solidariedade (onde os pobres ficavam numa espécie de confinamento) e o abrigo da Conselheiro Laurindo (interditado por ser inumano).
Por enquanto, a notícia boa é que a promessa do “antigo regime” de retirada para colocar as pessoas em locais duvidosos, não aconteceu. Mas também não há nada a se comemorar. Pelo contrário. Algumas das conquistas anteriores foram jogadas no lixo.
Exemplo fácil é o caso do guarda-pertences na Osório. Para evitar que a gente diferenciada se misturasse ao restante da população, Rafael Greca simplesmente eliminou o lugar. Resultado: o higienismo saiu pela culatra e agora os poucos pertences que o pessoal tem ficam espalhados pela rua. Pior para eles, pior para todos os cidadãos.
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