O levantamento semanal de preços da ANP mostra que os postos de combustível aumentaram em até 98% a margem de lucro sobre litro de gasolina vendido durante a crise de abastecimento do país. O aumento médio de lucro por litro no Brasil foi de 38%.
Segundo os dados da ANP, o maior aumento porcentual de lucro aconteceu em Alagoas. Os postos, na semana em que começou a greve dos caminhoneiros, tinham em média lucro de R$ 0,377 por litro vendido. Na semana de maior desabastecimento, a margem média subiu para R$ 0,747.
A maior margem por litro de gasolina foi identificada no Ceará. Os postos do estado em média adotaram um lucro por litro de R$ 0,935. No início da crise, o levantamento apontava média no estado de R$ 0,674.
Nos três maiores estados do país, a margem de lucro saltou para índices semelhantes na semana de maior falta de combustível: R$ 0,639 em Minas Gerais, R$ 0,628 no Rio de Janeiro e R$ 0,640 em São Paulo.
A ANP mostra que o aumento dos preços da gasolina se deveu basicamente ao lucro maior. Na distribuidora, em média, os preços se mantiveram estáveis. O reajuste de uma semana para outra foi de apenas R$ 0,008. No entanto, na bomba, o preço médio no país subiu R$ 0,18.
No gás de cozinha, o aumento de margem de lucro também foi impressionante. Antes da crise, os revendedores em média adicionavam R$ 16,75 ao preço da distribuidora. No desabastecimento, cobraram R$ 22,15 em cada botijão. Assim, embora as distribuidoras, em média, tenham baixado o preço, o consumidor pagou mais.
No etanol combustível, a margem de lucro por litro dos postos também subiu 22,3%, subindo de R$ 0,420 para R$ 0,514 no auge do desabastecimento.
No caso do diesel, que motivou a greve dos caminhoneiros, a margem se manteve estável. Mas o levantamento da ANP mostra que na semana anterior o lucro havia subido 10% no diesel comum e 12% no Diesel S10.